O advogado do general Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Matheus Milanez, afirmou que o depoente ficará em silêncio durante as perguntas do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante oitiva nesta terça (10). Com isso, o interrogatório do ex-presidente Jair Bolsonaro será adiantado.
“Ele vai fazer o uso parcial do direito ao silêncio e responder única e exclusivamente às perguntas de sua defesa”, afirmou o advogado. O ministro Alexandre de Moraes disse que irá fazer os questionamentos de qualquer forma.
Milanez solicitou que o magistrado faça as perguntas e não aguarde a resposta, para que seu cliente não precise ficar repetindo a mesma frase: “Eu só peço, por gentileza, que não pergunte e espere o ‘vou ficar em silêncio’. Como ele vai ficar em silêncio durante todo interrogatório, eu quero evitar esse constrangimento”.
Moraes declarou que fará as perguntas para constar nos autos do processo e questionou, por exemplo, a participação do general em reunião ministerial em julho de 2022, anotações feitas por ele em documento apreendido pela Polícia Federal e mensagens trocadas por ela com outros militares.
Heleno foi o quinto integrante do “núcleo central” a ser chamado para prestar esclarecimentos. Já participaram de interrogatórios, desde esta segunda (9), o tenente-coronel Mauro Cid, o ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem, o ex-comandante da Marinha Almir Garnier e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
O advogado criminalista Celso Vilardi, que defende Bolsonaro, afirmou ontem que ele não ficará em silêncio durante a oitiva. Na semana passada, o ex-presidente já havia sinalizado que responderá às perguntas do magistrado.
“Não vou lá para lacrar, para querer crescer, para querer desafiar quem quer que seja. Estarei lá com a verdade ao nosso lado. Não fugimos de qualquer chamamento, sabemos o que falar e temos uma coisa ao nosso lado, que o outro lado não tem. Temos a verdade do nosso lado”, disse Bolsonaro durante evento do PL Mulher, em Brasília, na última sexta (6).
Os próximos depoentes serão ouvidos na seguinte ordem:
- Jair Bolsonaro (ex-presidente);
- Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa Paulo);
- Walter Souza Braga Netto (general e ex-ministro)
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