Agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) são flagrados agredindo usuários de drogas e comerciantes na Cracolândia — Foto: Reprodução

Imagens de câmeras de segurança registraram agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) agredindo usuários de drogas na região da Cracolândia, no Centro de São Paulo, na noite anterior à terça-feira (13), data em que a área amanheceu completamente vazia. Com informações do G1.

Os vídeos mostram guardas utilizando cassetetes, spray de pimenta e desferindo chutes contra os usuários. Três comerciantes da Rua Mauá presenciaram as agressões e afirmaram também ter sido atacados pelos agentes.

Desde 2024, uma decisão da Justiça de São Paulo proíbe a GCM de atuar como a Polícia Militar em operações na Cracolândia. A medida veda o uso de bombas de gás e balas de borracha contra os frequentadores da região.

Apesar disso, as imagens gravadas pelo comerciante Valdeizo Fortunato de Lima, de 35 anos, mostram guardas armados agredindo um grupo de usuários na noite de segunda-feira (12), por volta das 22h. “Eles querem dispersar o pessoal aqui do Centro, então eles agridem o pessoal, pro pessoal sair aqui do Centro”, relatou Lima.

Outras gravações feitas nos dias 10 e 11 de maio revelam mais cenas de violência. No sábado (10), um homem que comprava mantimentos em uma mercearia foi puxado e empurrado por um GCM. O caso ocorreu no mesmo dia em que o secretário de Segurança Urbana, Orlando Morando, publicou um vídeo comemorando a ausência de usuários na Cracolândia.

Já no domingo (11), dois homens foram abordados por três agentes, um deles identificado como comerciante local que vestia uma blusa vermelha. Um dos usuários foi agarrado pelo pescoço, levou chutes nas pernas e foi agredido com socos no rosto. Uma arma foi apontada contra ele.

Ameaças

Um usuário relatou à TV Globo que um guarda colocou um revólver em sua boca e o ameaçou de morte. “Eu estava na Cracolândia. A GCM começou a colocar a gente dentro das viaturas e a ameaçar a gente de morte. Se a gente não saísse de lá, eles diziam que iam colocar a gente na viatura e dar chá de sumiço. Vários que entraram na viatura sumiram. Eles ameaçam a gente de todo jeito: levaram minha mochila, levaram minha barraca, me bateram, colocaram um revólver na minha boca”, afirmou.

Outro usuário também disse que os agentes ordenam que ninguém permaneça na região. Comerciantes da área confirmaram a escalada da violência e disseram que as agressões têm se intensificado nas últimas duas semanas.

“A [Polícia] Militar aparece e diz que não quer mais eles [usuários] aqui no Centro, que é ordem de cima para saírem. Se insistem em ficar nas calçadas, jogam gás de pimenta no rosto. Direto tem gás de pimenta, direto. Agora a maioria está indo para a Marechal Deodoro. No espaço de antes, eles [policiais] não deixam mais entrar”, disse uma comerciante.

“Ontem [terça-feira (13)] eles saíram de vez. A semana inteira já estavam impedindo, mas ontem foi o fim. Eles não aguentam mais tanta agressão. Hoje ainda conversam, mas amanhã é o dia dos agressores mesmo, que já chegam com o cassetete batendo.”

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Last Update: 17/05/2025