O ator Francisco Cuoco, que morreu nesta quinta-feira (19). Foto: reprodução

O ator Francisco Cuoco, um dos nomes mais emblemáticos da teledramaturgia brasileira, morreu nesta quinta‑feira (19), aos 91 anos, em São Paulo. Ao longo de mais de seis décadas de carreira, participou de mais de 100 produções entre teatro, cinema e TV, onde ficou como um dos maiores galãs das novelas.

A família confirmou o falecimento, ocorrido no Hospital Albert Einstein, onde estava internado há 20 dias e sedado. Ele enfrentava complicações de saúde decorrentes da idade avançada e de uma infecção causada por um ferimento; a causa oficial da morte não foi divulgada.

Nascido em 29 de novembro de 1933, no bairro do Brás, em São Paulo, Cuoco era filho de Leopoldo, um imigrante italiano e feirante, e de Antonieta, dona de casa. Ainda menino, trabalhava com o pai na feira e à noite estudava. Inicialmente, sonhava em cursar Direito. Essa trajetória mudou quando foi aprovado na Escola de Arte Dramática Alfredo Mesquita, ligada à USP; largou o curso de Direito e dedicou‑se ao teatro.

Estreou no teatro em 1957, atuando nas companhias Teatro Brasileiro de Comédia e Teatro dos Sete. Em 1961, brilhou como Werneck, em “O Beijo no Asfalto”, de Nelson Rodrigues, e foi premiado com o APCA em 1964 por sua performance em “Boeing Boeing”.

A partir de meados da década de 1960, migrou para a televisão, atuando em teleteatros da TV Tupi e novelas na TV Excelsior e na Record.

O ator Francisco Cuoco no início da carreira. Foto: reprodução

Sua passagem pela Globo, iniciada em 1970, o consolidou como galã absoluto. Entre seus personagens mais memoráveis estão Vítor Mariano (“Assim na Terra como no Céu”, 1970), Gilberto Athayde (“O Cafona”, 1971), Cristiano Vilhena ““Selva de Pedra”, 1972), Carlão (“Pecado Capital”, 1975), Herculano Quintanilha (“O Astro”, 1977) e Tião Bento (“Sétimo Sentido”, 1982).

No cinema, atuou em filmes como “Pedro e Paulo” (1962) e “Anuska, Manequim e Mulher” (1968), além de participações posteriores em “Traição” (1998) e “Cafundó” (2005).

No teatro, manteve presença constante, retornando em 2002 às peças ao ar livre, como “O Último Bolero” e “Deus é Química”.

Apesar de seus papéis icônicos, Cuoco manteve vida pessoal discreta. Foi casado com Carminha Brandão (1960‑1964) e, posteriormente, com Gina Rodrigues, com quem teve Tatiana, Rodrigo e Diogo; separou‑se em 1984. Em sua reta final de vida, residia com a irmã Grácia e destacou‑se pelo bom humor e pela paixão pela arte.

 

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Last Update: 19/06/2025