Os líderes das sete principais economias capitalistas do mundo divulgaram nesta segunda-feira, 16, no Canadá, uma declaração conjunta sobre o agravamento do conflito entre Israel e Irã.
O documento foi assinado por representantes de Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Estados Unidos e União Europeia, que participam da cúpula do G7 como membro permanente convidado.
A manifestação ocorre durante reunião do grupo na província de Quebec e reforça o apoio dos países ao “direito de defesa” de Israel. O comunicado também exige uma “desescalada” da tensão e inclui um apelo por cessar-fogo em Gaza.
“Afirmamos que Israel tem o direito de se defender”, diz o texto. “Deixamos claro em todos os momentos que o Irã nunca poderá ter uma arma nuclear.” Os líderes afirmaram ainda que a contenção deve ser prioridade no atual cenário de instabilidade no Oriente Médio.
A situação se agravou nos últimos dias com a troca de ataques diretos entre Israel e Irã. O aumento das hostilidades motivou ações diplomáticas coordenadas entre os países do G7, que consideraram a tensão uma ameaça à estabilidade regional e internacional. O texto publicado ressalta a necessidade de um cessar-fogo duradouro e cobra o retorno aos canais diplomáticos.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que participava do encontro, anunciou sua saída antecipada da cúpula ainda na noite de segunda-feira.
“Eu tenho que voltar por motivos óbvios”, afirmou o chefe de Estado a jornalistas antes de embarcar de volta para Washington. A informação foi confirmada pela porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, que declarou que Trump “retornaria para resolver assuntos muito importantes”.
A decisão de Trump ocorreu poucas horas após ele publicar, em sua conta na plataforma Truth Social, um apelo para que “todos evacuem imediatamente Teerã”, capital do Irã. A mensagem provocou reação imediata no ambiente diplomático e aumentou a especulação sobre uma possível escalada militar de grande escala envolvendo os Estados Unidos.
Com a saída do presidente norte-americano antes do fim da cúpula, líderes europeus manifestaram preocupação sobre a coesão e a coordenação política do grupo.
A antecipação da viagem foi interpretada como sinal de que a Casa Branca pode adotar medidas unilaterais ou atuar em sintonia direta com o governo israelense, fora do consenso construído no G7.
O comunicado do grupo reitera o compromisso com a não proliferação de armas nucleares e a defesa da estabilidade no Oriente Médio.
Os líderes pediram que todos os envolvidos evitem ações que ampliem o conflito e reiteraram que os canais diplomáticos devem ser priorizados. “Apelamos às partes para que exerçam máxima contenção e priorizem os canais diplomáticos”, conclui o documento.
A cúpula do G7 havia sido convocada com uma agenda inicial voltada para temas como mudanças climáticas e cooperação econômica internacional. No entanto, a escalada entre Israel e Irã dominou as discussões desde o primeiro dia, deslocando o foco dos debates para a área de segurança internacional.
As negociações entre os países-membros foram conduzidas sob a pressão de uma possível nova crise militar no Oriente Médio.
O texto aprovado representa um esforço dos líderes para manter a atuação coordenada e conter a ampliação dos confrontos. A posição expressa é considerada uma tentativa de sinalizar unidade diante de um cenário volátil.
A avaliação de diplomatas presentes à reunião é que os próximos dias serão decisivos para definir os rumos do posicionamento internacional diante do conflito. A depender do desenrolar dos acontecimentos, há a possibilidade de uma nova reunião emergencial entre os países do G7, com foco exclusivo na crise.
As autoridades envolvidas permanecem em estado de alerta e seguem monitorando os desdobramentos do confronto. A diplomacia dos países-membros continua mobilizada para buscar interlocução com os principais atores do conflito e evitar rupturas adicionais na ordem internacional.
A reunião do G7 está prevista para encerrar nesta terça-feira, 17. Até lá, os representantes dos países continuam debatendo as possíveis ações diplomáticas e medidas econômicas que poderão ser adotadas em resposta à situação. A próxima etapa de negociações pode incluir discussões com representantes de países do Oriente Médio e organismos multilaterais.
O posicionamento do G7 se insere em um cenário de complexidade crescente, em que as tensões entre Israel e Irã ocorrem paralelamente a outros conflitos regionais. O documento divulgado estabelece diretrizes gerais para a contenção do conflito e manifesta preocupação com os impactos humanitários decorrentes da escalada militar.