Novamente, o futebol brasileiro foi vítima da sabotagem imperialista. A derrota do Flamengo para o PSG na final da Copa Intercontinental é resultado direto do novo formato imposto pela FIFA, com o apoio vergonhoso da Conmebol e da CBF.
O atual campeão da Copa Libertadores, que, em geral, tem um calendário muito mais longo (portanto, mais cansativo), desde o ano passado, precisa viajar para fora do seu país em final de temporada e enfrentar dois clubes antes de chegar à final contra o campeão europeu, já garantido na final.
Ou seja, mesmo jogando muito mais do que os times europeus, aos atletas dos clubes sul-americanos não se permite o descanso.
Novo formato começou em 2024
O exemplo mais grotesco desse novo formato do Intercontinental apareceu na sua primeira edição, em 2024. O Botafogo, após realizar mais de 70 jogos na temporada, e ter de percorrer uma maratona para ser campeão da Libertadores e do Campeonato Brasileiro, viajou a Doha para jogar contra o mexicano Pachuca, com menos de 50 jogos na temporada.
Foram quatro jogos decisivos em sequência: a final antecipada do Brasileirão contra o Palmeiras em São Paulo em 26/11, a final da Libertadores contra o Atlético em Buenos Aires em 30/11, Internacional em Porto Alegre em 4/12 e a partida final contra o São Paulo, no Rio de Janeiro, em 8/11.
Desta feita, após se sagrar campeão contra o Tricolor Paulista e já exausto pela quantidade de “finais” seguidas disputadas, o Alvinegro saiu imediatamente do Rio para disputar uma partida no Catar em 11 de dezembro, chegando de viagem no dia anterior, sem tempo para treinamento nem descanso.
Resultado? Uma vergonhosa partida contra o time mexicano. Começou a partida com os reservas, um pouco menos desgastados fisicamente, e tomou um vareio de 3 × 0.
Neste ano, com o mesmo calendário exaustivo, o Flamengo ainda conseguiu ter uma margem para descanso, sangrando-se Campeão Brasileiro com uma rodada de antecedência pela gordura que conquistou diante do novamente vice Palmeiras.
Chegou ao Catar, teve tempo de se preparar e descansar um pouco. E fez a lição de casa: venceu o Derby das Américas contra o Cruz Azul por 2 × 1 e a Challenger Cup contra o Pyramids por 2 × 0.
Flamengo, físico e mental esgotados
Mas ficou clara a falta do fôlego do Rubro-negro na partida contra o PSG. Afinal, o torneio é organizado para o europeu, descansado, em meio de temporada, chegar já para ganhar.
No papel, o time do Flamengo é superior ao PSG e digo isso sem medo das críticas dos vira-latas que valorizam apenas o que se tem na Europa. O time carioca tem um elenco completo, recheado de craques, enquanto o time francês tem um elenco curto e aposta numa molecada de “franceses” filhos de imigrantes africanos — uma garotada boa, mas inexperiente.
Esse mesmo time — aliás, até um time melhor, recém-campeão da Europa e com menos desfalques — foi derrotado no meio do ano pelo inconstante Botafogo de 2025 na Copa do Mundo de Clubes.
A diferença entre os elencos dos dois clubes cariocas, nesse ano, é abismal: a superioridade do Rubro-negro é nítida. Portanto, é óbvio que o Flamengo teria condições de vencer o campeão europeu. Faltaram pernas para correr.
Ainda assim, conseguiu fazer uma partida digna e levou o sonho do mundial até o fim.
A prorrogação, no entanto, esgotou ainda mais fisicamente os jogadores do clube carioca. Depois do cansaço físico, vem o esgotamento mental. O Flamengo tinha tudo para ser campeão do mundo nos pênaltis: jogadores mais experientes, goleiro pegador de pênalti, enfrentando, do outro lado, meninos sem grande experiência.
Então veio o esgotamento mental: dos cinco pênaltis batidos, quatro perdidos — com destaque à grotesca cobrança de Pedro. O goleiro russo Safonov tem seus méritos, mas foi consagrado pelas cobranças horripilantes de Saúl, Leo Pereira e Pedro. Mérito mesmo em pegar a cobrança de Luiz Araújo.
Por outro lado, nenhum mérito para o PSG em geral. Converteu somente dois dos quatro pênaltis cobrados. O “melhor do mundo” Dembelé isolou e Rossi fez bela defesa no chute de Barcola. Mesmo descansados, tendo o privilégio de só jogar a final da competição, não conseguiu vencer o Flamengo no tempo regulamentar.
Novamente, assim como a Copa do Mundo no meio do ano, a competição internacional da FIFA revela a crise dos clubes europeus. A propaganda de superioridade absoluta terá o mesmo fim da propaganda sionista: um descrédito mundial completo.