São Paulo – Funcionários da chefia do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Espírito Santo entregaram seus cargos na segunda-feira (1º). A decisão é um protesto contra os resultados das negociações pela reestruturação de carreiras, considerada “insatisfatória” pelos funcionários. De acordo com a Associação Nacional dos Servidores Públicos Federais Agrários (Cnasi-AN), a categoria está pronta para iniciar uma greve a partir do dia 10 de julho.
A entrega dos cargos ocorreu após proposta apresentada pelo Ministério da Gestão e Inovação (MGI), que os funcionários avaliaram como “inaceitável”. Os funcionários demissionários ainda criticaram o “papel ineficaz e insatisfatório” da direção do Incra do estado nas mesas de negociação.
Os chefes de Divisão e de Serviço e funcionários de carreira reclamam que a direção do órgão atuou para desmobilizar os trabalhadores, acenando com “uma falsa sensação de segurança quanto ao atendimento dos seus pleitos”. Ao mesmo tempo, a diretoria ainda estaria atuando para reforçar “o argumento do governo da escassez de recursos e da impossibilidade de atendimento das reivindicações”.
“Não transigimos ou compactuamos com essa postura dúbia da Presidência do INCRA, das suas Diretorias e do Gabinete do Ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, razão pela qual solicitamos a exoneração conjunta dos cargos ora ocupados”, dizem os funcionários, em ofício enviado à superintendência.
Greve no radar
Conforme a Cnasi-AN, a decisão de entregar os cargos foi vista como “um gesto corajoso e comprometido com a luta coletiva dos funcionários do Incra”, buscando fortalecer a autarquia federal e garantir melhores condições de trabalho e valorização profissional.
Além disso, os funcionários, por meio do Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Estado do Espírito Santo (Sindsep-ES), destacaram a importância de uma reestruturação que contemple não apenas a remuneração adequada, mas também condições dignas de trabalho e o fortalecimento das atividades do Incra no estado.
Nesse sentido, a greve, marcada para começar no próximo dia 10, representa um “ponto crítico nas negociações”, segundo a associação. Os trabalhadores decidiram pela paralisação em assembleia na última sexta-feira (28).