A Polícia Federal concluiu que a fuga de dois presos ligados ao Comando Vermelho da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, foi resultado de uma série de falhas estruturais, tecnológicas e procedimentais.
O apontamento foi feito em um relatório, apresentado nesta quinta-feira 13, pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, e o secretário da Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais), André Garcia.
Deibson Nascimento e Rogério Mendonça fugiram na madrugada de 14 de fevereiro de 2024, e foram recapturados 50 dias depois, em Marabá, no Sudeste do Pará, a mais de 1,6 mil km de distância de Mossoró.
Segundo a investigação, as instalações do presídio apresentavam degradação e erro de projeto, além de utilizar tecnologias obsoletas ou inoperantes. A PF apontou ainda que foram identificadas falhas significativas nos procedimentos operacionais e na observância dos protocolos de segurança.
Ainda de acordo com a PF, não houve indícios da participação de terceiros, servidores ou colaboradores no caso.
No relatório apresentado pelo ministério da Justiça foram apresentadas as melhorias adotadas no presídio após o ocorrido, entre elas a construção de uma muralha, que teve a obra iniciada em janeiro, e tem previsão de ser concluída em um prazo de 12 a 18 meses. Só a obra tem investimento de 28,6 milhões. Também foram enumeradas outras ações como instalação de grades, iluminação e aprimoramento da segurança nas celas, com a eliminação de ferros e vergalhões expostos.
Também foram adquiridos equipamentos de tecnologia e monitoramento ao presídio como câmeras digitais, catracas e leitores faciais. Ainda de acordo com o governo federal, também houve reforço do quantitativo de servidores no presídio, e aquisição de 17 viaturas, a maioria semi-blindada.