O líder conservador Friedrich Merz foi eleito chanceler da Alemanha pelo Parlamento nesta terça-feira (6), após uma reviravolta histórica. A confirmação de seu nome só veio na segunda votação, convocada de forma emergencial após uma derrota inédita horas antes, que revelou divisões dentro da coalizão governista.
Merz assume o posto de chefe de governo, equivalente ao cargo de primeiro-ministro, e tomará posse ainda hoje. Ele foi o vencedor das eleições legislativas de 23 de fevereiro e, desde então, vinha articulando alianças para garantir apoio no Bundestag, a câmara baixa do Parlamento.
Na segunda-feira (2), Merz anunciou um acordo entre sua aliança conservadora CDU/CSU e o Partido Social-Democrata (SPD), do então primeiro-ministro Olaf Scholz. Com isso, esperava-se uma votação tranquila para oficializar seu nome.
No entanto, a primeira votação foi marcada por uma surpresa: Merz obteve apenas 310 votos, seis a menos do necessário, mesmo com uma base de apoio que totalizava 328 deputados. A derrota revelou uma rebelião interna – 18 parlamentares social-democratas votaram contra a indicação, contrariando a orientação partidária.
O resultado foi considerado um marco no período pós-guerra da Alemanha, pois nunca antes um nome havia sido rejeitado em uma primeira tentativa pelo Parlamento. Visivelmente atônito, Merz conversou com aliados enquanto os bastidores políticos fervilhavam em busca de uma solução. “Sem dúvida, esta é uma situação especial”, reconheceu Jens Spahn, líder da CDU no Parlamento.
Diante do impasse, a CDU solicitou uma segunda votação, conforme permitido pela legislação alemã. Desta vez, o nome de Merz foi aprovado.
A vitória foi comemorada por líderes da União Europeia. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, celebrou a escolha nas redes sociais: “Um amigo e especialista comprovado em Europa foi eleito. Trabalharemos juntos por uma Europa mais forte e competitiva”, escreveu no X (antigo Twitter).
