Na última segunda-feira (19), o programa Psicanálise e Revolução, do coletivo de psicanálise do Partido da Causa Operária (PCO), foi ao ar na COTV, abordando a visão antissionista de Sigmund Freud, com foco em sua carta de 26 de fevereiro de 1930, que critica o projeto sionista. O historiador e professor da Universidade Federal de Alagoas Pedro Lima Vasconcellos foi entrevistado pelo apresentador Henrique Áreas e pelo militante Arari, discutindo o tema “Freud, um judeu não sionista, e a questão palestina”. O programa está disponível aqui.
Vasconcellos destacou a carta de Freud, endereçada a Shin Koffler, membro de uma entidade sionista em Viena, que solicitou apoio ao sionismo. Freud respondeu: “não posso fazer o que o senhor me pede.” Ele justificou: “meu juízo cauteloso sobre o sionismo me impede. Aprecio a universidade criada e me alegro pelos assentamentos, mas não entendo que a Palestina possa se tornar um estado judeu.” Ele criticou a transformação do Muro das Lamentações em “relíquia nacional”, chamando-a de “piedade mal entendida” que provoca a população local, e classificou o projeto sionista como “esperança injustificada.”
A carta, escondida por sionistas até 1973, foi publicada no jornal Causa Operária em 7 de abril de 2025, em tradução do coletivo de psicanálise. Vasconcellos explicou que a resistência palestina, como a operação Dilúvio de Al-Aqsa de 2023, reflete a defesa de locais sagrados, como a mesquita de Al-Aqsa, contra a ocupação do enclave imperialista. Ele também abordou a Declaração Balfour de 1917, que prometeu um “lar nacional” judeu na Palestina, então sob domínio otomano, marcando o sionismo como projeto imperialista.