Bruno Le Pen, líder do partido francês de extrema-direita, ao lado de Jordan Bardella, provável futuro primeiro-ministro do país. Foto: Alain Jorcard/AFP

Neste domingo (7), os eleitores franceses participarão do segundo turno das eleições legislativas. As últimas previsões sugerem que o partido de Bruno Le Pen, líder da extrema direita, pode vencer, mas não obterá a maioria necessária na Assembleia Nacional para nomear um primeiro-ministro.

As pesquisas indicam uma disputa acirrada, com a extrema direita liderando. O levantamento mais recente da Harris Interactive mostra que o partido de Bruno Le Pen pode conquistar entre 185 e 215 assentos no Parlamento, um aumento significativo em relação aos 88 anteriores, enquanto a Nova Frente Popular (NFP), de centro-esquerda, deve obter entre 168 e 198 assentos.

A pesquisa Ipsos/Talan aponta que o partido de Bruno Le Pen pode conseguir de 170 a 205 cadeiras, enquanto a NFP obteria entre 145 e 175. A coalizão Juntos, do presidente Emmanuel Macron, fica em terceiro lugar em ambas as pesquisas.

Para obter a maioria, é necessário conquistar 289 assentos. Se as previsões se confirmarem, nem a extrema direita nem a esquerda conseguirão nomear um novo primeiro-ministro, cargo atualmente ocupado por Gabriel Attal, do Renascimento. O resultado das eleições não afeta a presidência de Macron, que permanece no cargo até 2027.

Sistema de votação em dois turnos torna o cenário incerto. Todos os candidatos que obtiveram mais de 12,5% dos votos nos 577 distritos eleitorais franceses avançaram para a segunda rodada. A alta participação no primeiro turno, cerca de 70%, a maior em quatro décadas, indica que o segundo turno pode ser mais imprevisível, com muitas cadeiras disputadas por três candidatos.

A legislação não é clara sobre o procedimento em caso de ausência de maioria. Macron pode manter Gabriel Attal como primeiro-ministro interino ou buscar um novo primeiro-ministro à esquerda ou em outro grupo, sem o apoio da maioria do eleitorado. Dos 76 parlamentares eleitos no primeiro turno, 39 são do partido de Bruno Le Pen, 32 da NFP e apenas dois do partido do presidente.

NFP e aliança de Macron formaram uma frente ampla para combater a extrema-direita nessas eleições. Foto: Emmanuel Dunand/AFP

A oposição se uniu para formar uma frente contra a extrema direita. Os blocos de esquerda e centro se uniram em um “cordão sanitário republicano” para impedir que a extrema direita assuma o poder. Tanto a NFP quanto o Juntos prometeram retirar-se das disputas onde seus candidatos ficaram em terceiro lugar, permitindo que o segundo colocado enfrente o partido de Bruno Le Pen com mais força.

Emmanuel Macron fez um apelo contra o avanço dos radicais. “Diante da possível vitória do partido de Bruno Le Pen, é hora de uma ampla aliança democrática e republicana para o segundo turno”, declarou o presidente francês em comunicado no domingo (30). Representantes da esquerda também fizeram compromissos semelhantes, embora ainda não esteja claro se todos cumprirão suas promessas.

A imagem de Macron foi retirada do material de campanha. A campanha foi liderada pelo primeiro-ministro Gabriel Attal, mais popular entre os franceses, que defendeu o programa do partido Renascimento sem fazer recomendação de voto. A prioridade é “impedir a todo custo” que a extrema direita chegue ao poder, reiterou na sexta-feira (5) a líder dos Ecologistas, Marine Tondelier, apelando aos eleitores para não votarem no partido de Bruno Le Pen.

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Última Atualização: 07/07/2024