Evento de filiação de Guilherme Derrite ao PL-SP, com a presença de, entre outros, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) Kassab (PSD). Foto: Divulgação

A cerimônia de filiação do secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, ao PP, realizada na última quinta-feira (22/5), contou com a presença de lideranças nacionais de diferentes partidos e foi interpretada por muitos políticos como uma espécie de estreia informal da coalizão de direita que deve concorrer à Presidência da República em 2026.

Apesar de ainda ser visto por seus aliados como a principal figura do campo conservador, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), atualmente inelegível, foi pouco citado nos pronunciamentos do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e dos dirigentes nacionais das siglas participantes do encontro. Eles enfatizaram a necessidade de união do grupo com vistas ao pleito do ano seguinte.

Durante o evento, Tarcísio exaltou Derrite e reforçou seu apoio à possível candidatura do secretário ao Senado em 2026, destacando o “simbolismo” do encontro, que reuniu líderes do PL, PP, União Brasil e PSD, além de diversos parlamentares. Segundo ele, o momento representou um “ensaio” da aliança que pode vir a disputar a Presidência.

“Tem outra coisa que é importante e não pode sair despercebida. É o simbolismo dessa reunião aqui. É a quantidade de lideranças que nós temos aqui, do Brasil inteiro”, disse o governador paulista. “Para quem duvida que esse grupo estará junto no ano que vem, eu digo para vocês: esse grupo estará unido. Esse grupo vai ser forte. Esse grupo tem projeto para o Brasil e sabe o caminho”.

O ocupante do Palácio dos Bandeirantes também criticou o governo federal, afirmando que atualmente “tem muita gente em Brasília que está perdida e não sabe o caminho”. Ele completou: “As decisões são tomadas de forma casuística, às vezes, até de forma irresponsável. Tem um grupo aqui que está unido, que sabe o caminho e que pensa o Brasil 24 horas por dia”.

Durante seu discurso, Tarcísio mencionou Bolsonaro apenas três vezes: ao agradecer Valdemar Costa Neto, presidente do PL, pelo apoio ao ex-presidente; ao comentar a conversa que teve com Bolsonaro sobre o perfil ideal para liderar a Segurança Pública estadual; e ao citar a amizade que desenvolveu com Derrite durante o governo Bolsonaro. Em nenhuma dessas ocasiões, no entanto, ele abordou temas relacionados ao futuro político ou à eleição de 2026.

Valdemar Costa Neto fez uma fala breve e formal, elogiando o presidente do PP, senador Ciro Nogueira, pela “aquisição” de Derrite. Antes disso, em conversa com a imprensa, afirmou que a decisão sobre quem será o candidato do partido à Presidência caberá a Bolsonaro. Gilberto Kassab e Antonio Rueda, líderes do PSD e do União Brasil, respectivamente, também evitaram menções diretas ao ex-presidente em seus discursos.

Ciro Nogueira, por sua vez, aludiu à possibilidade de Tarcísio disputar a Presidência sem citar Bolsonaro. “Elegemos um governador para ser exemplo para o Brasil. E é por isso que talvez o Brasil vá chamar o governador Tarcísio. Ou agora ou em 2030. Quem vai decidir isso é o povo de São Paulo e do Brasil. Mas pode ter toda certeza, que se houver essa decisão, governador, estaremos, tanto o União Brasil quanto o Progressistas, ao lado do Brasil”, declarou o senador, que recentemente anunciou a formação de uma federação entre seu partido e o União Brasil.

Ciro só mencionou Bolsonaro ao responder perguntas de jornalistas, quando afirmou que lutará “até o final” para que o ex-presidente possa concorrer e que qualquer nome apoiado por ele terá chances reais de vencer.

Nos bastidores, Tarcísio tem reiterado a intenção de buscar a reeleição em São Paulo, mantendo o apoio ao seu mentor político, mesmo com Bolsonaro inelegível. A ausência do ex-presidente na disputa tem impulsionado especulações sobre quem representará o grupo conservador em 2026.

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Last Update: 25/05/2025