As operações de busca e apreensão contra acusados de envolvimento no suposto esquema de fraude do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) localizaram 200 mil dólares (1,1 bilhão de reais) em espécie na casa de um agente da Polícia Federal (PF) que, segundo as investigações, teria facilitado o trânsito de outros investigados por áreas restritas do aeroporto de Congonhas, em São Paulo.
O caso foi noticiado pela Folha de S. Paulo, que teve acesso a detalhes da investigação, inclusive imagens de câmeras de segurança que mostram o agente Philipe Roters Coutinho conduzindo o ex-procurador-geral do INSS, Virgílio de Oliveira Filho, e o empresário Danilo Trento, em uma espécie de ‘escolta’ por áreas restritas do aeroporto.
Segundo as investigações, Trento, que já foi indiciado na CPI da Pandemia por suspeita de envolvimento em fraudes em contratos com o Ministério da Saúde, atuou junto ao ex-procurador no esquema que pode ter causado prejuízos de mais de 6 bilhões de reais a aposentados e pensionistas. A Folha tentou contato com os advogados de ambos, mas não obteve retorno.
O advogado Cristiano Barros, que representa o agente Philipe Roters Coutinho, da PF, disse que ele não tem vínculo com qualquer coisa relativa à investigação em andamento sobre o INSS. Ele afirmou, ainda, que não conhece Virgílio Filho, mas tinha relação com Danilo Trento.
“Este meu conhecido, em virtude de sermos amigos em comum, desembarcou muito atrasado do voo comercial e pediu que eu o levasse à área de viação executiva de forma a não perder o slot do voo. Eu não sabia que ele estava acompanhado, muito menos quem o acompanhava e qual era sua atividade profissional”, afirmou.
O agente da PF disse, ainda, que o dinheiro apreendido na casa dele não tem relação com a investigação sobre fraudes no INSS e que explicará a origem dos valores ‘no momento oportuno’.
A CartaCapital, a PF se limitou a dizer que não vai se manifestar sobre o caso.