Pouco antes de sua morte, o Papa Francisco realizou um de seus últimos e mais simbólicos gestos de solidariedade: doou 200 mil euros (cerca de R$ 1,3 milhão) de sua conta pessoal a presidiários da prisão Regina Coeli, em Roma, uma das unidades mais superlotadas da Itália. A revelação foi feita por Dom Benoni Ambarus, bispo auxiliar de Roma, que acompanhou o pontífice durante a visita ao local na semana passada.
A visita, mantida em sigilo até então, foi feita de surpresa e durou cerca de meia hora. Francisco se reuniu com aproximadamente 70 detentos e expressou palavras de apoio. “Eu queria estar perto de vocês. Rezo por vocês e suas famílias”, disse o Papa, visivelmente debilitado por conta da recuperação de uma pneumonia bilateral.
A revelação da doação veio à tona dias após a morte do Papa Francisco, ocorrida na segunda-feira (21). Segundo Dom Ambarus, o pontífice entregou o valor como um ato de desprendimento e empatia com os mais marginalizados.
“Lembro-me de um homem cansado, que se arrastava, mas que gritava com sua presença a necessidade de atenção aos prisioneiros. Seus últimos pertences ele doou a eles”, relatou o bispo ao jornal ‘La Repubblica’.
A prisão de Regina Coeli, situada no centro de Roma, é conhecida pelas más condições de infraestrutura e superlotação. A visita de Francisco foi marcada por comoção entre os detentos, reforçando um compromisso que atravessou todo o seu pontificado de 12 anos: a atenção constante às populações esquecidas.
Ao longo de seu papado, o Papa Francisco realizou visitas frequentes a presídios, especialmente nas Quintas-feiras Santas, lavando os pés de detentos em cerimônias de forte valor simbólico.
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