A França expressou nesta quarta-feira 8 sua preocupação diante da decisão da Meta de suspender seu programa de checagem de fatos nos Estados Unidos.
O Ministério das Relações Exteriores francês também garantiu que se manterá “vigilante” para que o grupo respeite a legislação europeia.
“A liberdade de expressão, direito fundamental protegido na França e na Europa, não pode ser confundida com um direito à viralidade que autorizaria a difusão de conteúdos não confirmados (inautênticos) que chegariam a milhões de usuários sem filtro nem moderação”, afirmou o porta-voz da pasta em um comunicado.
“A França se manterá vigilante para garantir que a Meta e outras plataformas cumpram com suas obrigações de acordo com as legislações europeias, e em particular com a Lei de Serviços Digitais.”
De acordo com a mesma fonte, essas normas são “parte integral do bom funcionamento democrático da UE, e para proteger nossos cidadãos da interferência estrangeira e da manipulação da informação”.
O grupo de Mark Zuckerberg anunciou na terça-feira que encerraria seu programa de verificação de informações nos Estados Unidos e antecipou que o mecanismo de verificação digital aplicado pela Meta seria substituído por notas comunitárias semelhantes às utilizadas pela rede X, do bilionário Elon Musk.
O anúncio da Meta ocorre em um momento em que os republicanos americanos e Musk se queixaram reiteradamente dos programas de verificação de informações, considerando-os equivalentes à censura.
A Agence France-Presse trabalha com o programa de verificação de conteúdos do Facebook em 26 idiomas. O Facebook paga para usar as verificações de cerca de 80 organizações globalmente em sua plataforma, assim como no WhatsApp e Instagram.