Os partidos que formam a Nova Frente Popular (NFP) alegam ter o direito de governar a França após vencerem as eleições legislativas antecipadas de forma considerada surpreendente.
A coligação obteve o maior número de assentos na disputa, mas ficou muito aquém de obter a chamada maioria absoluta na Assembleia Nacional.
Tal frente foi composta por vários partidos de esquerda 48 horas após o presidente Emmanuel Macron ter anunciado a dissolução do parlamento em junho, e é composta por siglas como o Partido Comunista e o grupo France Unbowed (LFI), além de forças mais moderadas como os Verdes e os Socialistas e frustrou as expectativas da extrema-direita na disputa.
O NFP garantiu até 193 assentos, à frente da coligação centrista Ensemble de Macron, que surpreendeu ao ficar em segundo lugar com 164 assentos, e do partido de extrema-direita Reagrupamento Nacional (RN) e seus aliados, que ficaram com 143 assentos.
Embora a frente de esquerda não tenha obtido os 289 assentos necessários para garantir o direito de governar sozinho, a Nova Frente Popular acredita que pode fazê-lo.
“Estamos, a partir de hoje, no trabalho”, disse Mathilde Panot, líder parlamentar do grupo France Unbowed ao chegar na Assembleia Nacional. “Estamos trabalhando com nossos parceiros da Nova Frente Popular, estamos trabalhando com o grupo France Unbowed e continuamos exigindo nosso direito de governar este país”.
O líder comunista Fabien Roussel disse numa entrevista publicada terça-feira no jornal regional Midi Libre que “pedimos ao Presidente da República (…) que nos deixe governar”, afirmando que os NFP “são os mais numerosos, prontos para sentar e trabalhar com o programa apresentado ao eleitorado”.
Embora existam discordâncias em torno de um nome para o cargo de primeiro-ministro, todos os partidos concordam que uma das prioridades é impedir o acesso da extrema-direita a cargos de liderança na Assembleia Nacional.
“A extrema direita não é compatível com a república, por isso o RN não deve ocupar nenhum cargo de liderança nesta Assembleia, esse é o mandato que nos foi dado pelo eleitorado”, afirmou Cyrielle Chatelain, uma das duas copresidentes do grupo Verde na Assembleia.