A Nova Frente Popular (NFP) está enfrentando desafios para escolher o nome do candidato do bloco ao cargo de primeiro-ministro na França. A aliança de esquerda conquistou o maior número de assentos nas eleições parlamentares, mas sem maioria absoluta.
A NFP havia anunciado que apresentaria um nome até esta sexta-feira, mas voltou atrás, admitindo o impasse que mantém o país em um limbo político. “Prefiro não estabelecer um prazo”, disse Manuel Bompard, coordenador do partido A França Insubmissa, ao canal TF1, observando que “talvez seja necessário mais tempo”.
Segundo ele, as negociações podem se estender até 18 de julho, o dia da primeira sessão da Assembleia Nacional.
“Não é porque a questão do primeiro-ministro ainda não foi decidida que não houve progresso”, disse a líder dos Verdes, Marine Tondelier. “É normal que leve um pouco de tempo”.
Os maiores atritos ocorrem entre a LFI, o principal partido da aliança, e os socialistas, depois que essa coalizão heterogênea se uniu para enfrentar a extrema direita no segundo turno das eleições legislativas.
A poucos dias do início da nova legislatura, o entorno do presidente Emmanuel Macron tem trabalhado para formar uma maioria alternativa, e um acordo com a direita poderia permitir que seu bloco supere a NFP em número de cadeiras.
Nesta terça-feira, Macron aceitou a renúncia do primeiro-ministro Gabriel Attal, mas pediu para que seu colega de partido permaneça no cargo até que um novo governo seja formado, segundo comunicado do Palácio do Eliseu.
A nota diz que, para que um novo governo seja formado o quanto antes, “é dever das forças republicanas trabalhar juntas para construir uma união em torno de projetos e ações a serviço dos franceses e da França”.
Segundo a agência AFP, durante uma reunião do Conselho de Ministros, Macron deu a entender que o governo interino pode “durar algum tempo”, provavelmente até o final dos Jogos Olímpicos de Paris, que começam em 26 de julho e terminam em 11 de agosto.