A Justiça francesa condenou, nesta segunda-feira 30, sete afegãos e dois iraquianos a até oito anos de prisão por organizar uma travessia de migrantes para o Reino Unido em 2022, que terminou com oito mortos.
Este naufrágio é um dos mais mortíferos ocorridos nos últimos anos após aquele que causou 27 mortes em 24 de novembro de 2021 nas costas de Calais, no norte da França.
Os fatos julgados ocorreram na madrugada de 14 de dezembro de 2022. Os passageiros zarparam das costas francesas, apesar do receio de um vazamento no barco sobrecarregado durante o seu enchimento e com um mar agitado.
Por esta tragédia, um tribunal de Lille, no norte da França, julgou nove homens, três deles à revelia, por “tráfico de pessoas” e “homicídio culposo”, entre outras acusações.
Os três acusados ausentes foram condenados a 8 anos de prisão e os outros seis receberam uma pena de 7 anos, juntamente com multas de até 100 mil euros (640 mil reais) e a proibição de permanecer na França.
O piloto, um menor senegalês, foi condenado a nove anos de prisão no Reino Unido, segundo a procuradoria francesa. Um décimo homem, detido na Bélgica, será julgado mais tarde.
O tribunal francês justificou sua sentença com a “gravidade dos fatos”, o “caráter particular” do contexto deste naufrágio e o fato de que os acusados continuaram com suas atividades ilegais.
Os socorristas franceses e britânicos conseguiram resgatar, então, 39 pessoas do Afeganistão, Índia e Albânia após o naufrágio em águas com uma temperatura em torno de 10 graus.
Milhares de migrantes costumam usar esta rota pelo Canal da Mancha a bordo de embarcações precárias. Pelo menos 17 perderam a vida desde o início de 2025, após 78 no ano anterior.