Para gerar revolução na moda, é necessário sair dos processos e metodologias atuais. É com essa convicção que o Fórum Fashion Revolution impulsiona, anualmente, o debate de acadêmicos e não-acadêmicos do setor da moda. Em sua 6ª edição, o projeto traz, desta vez, duas novidades: a categoria Ensaios Práticos-Soluções e premiação para os três melhores trabalhos em cada categoria, com apoio da Pernambucanas. As inscrições já estão abertas.
A moda é mais do que seu aspecto comercial, de consumo e mídia. É um ramo de conhecimento que pode, com desenvolvimento de pesquisas, solucionar problemas urgentes da atualidade, como o excesso de plásticos no oceano. O Fórum Fashion Revolution traz para debate ações que empresas globais têm adotado, como a implementação de economia circular, uso de materiais reciclados e mais sustentáveis e práticas de produção mais eficientes.
Sendo a primeira plataforma do país criada exclusivamente para fomentar a pesquisa e debate sobre desafios e práticas afirmativas (inclusão, equidade e diversidade) dentro do sistema da moda, o projeto convida pesquisadores, acadêmicos, representantes de organizações e profissionais do mercado que trabalham com inovação e sustentabilidade na moda para fazer parte deste momento.
São aceitos ensaios teóricos, ilustrações e ensaios teóricos-soluções – este último tem como objetivo receber trabalhos que apresentem soluções e ideias práticas e inovadores, capazes de mudar os rumos da indústria da moda. São contemplados, por exemplo, relatos de novos materiais e processos de produção, soluções para a circularidade, tecnologias, metodologias e ferramentas que ajudem a tornar a cadeia de produção mais transparente, justa, inclusiva e que contribua com a mitigação dos graves impactos socioambientais da moda.
Temáticas
Para a 6ª edição, a temática escolhida foi “Raça e gênero, Clima e Tecnologia”, pautas transversais da moda e da sustentabilidade. “Escolhemos temas atuais, que ajudam a dar novas perspectivas mais justas, mais éticas”, afirma Ana Fernanda Souza, coordenadora acadêmica e de diversidade, “raça e gênero é algo que debatemos há um tempo via Comitê Racial e Escola de Moda Decolonial, que é um projeto que nasceu do Fórum”.
Paula Leal, coordenadora e gestora do projeto, completa que “não existe sustentabilidade e revolução sem falar de justiça social, inclusão, ancestralidade e decolonialidade, bases de todas as lutas”. Já a questão climática também é um ponto-chave na indústria da moda, ainda que posta por debaixo dos panos por muitas empresas. O setor é responsável por cerca de 2 a 6% das emissões de Gases do Efeito Estufa (GEEs) e possui problemas enormes com resíduos e microplásticos.
Já a tecnologia é uma reflexão de como é possível imaginar tecnologias que não sejam apenas para aumentar lucros, mas sim solucionar questões da nossa época, como as citadas acima. “A moda precisa pensar em tecnologias que possam rastrear, melhorar a logística reversa, reduzir resíduos pré-consumo”, exemplifica Ana Fernanda.
Premiação
O incentivo financeiro oferecido pelo Fórum este ano é uma conquista em uma realidade nacional na qual pesquisa e desenvolvimento não são valorizados. “O prêmio que estamos lançando esse ano tem potencial de incentivar a quem está fazendo, pensando soluções, a continuar, que tire suas ideias do papel”, explica Paula.
Serão premiados os três Ensaios Teóricos de cada eixo temático de maior pontuação e os três Ensaios Prático-Soluções de cada eixo temático de maior pontuação serão avaliados por uma banca final na data do evento e premiados conforme suas colocações. O primeiro colocado da categoria Ensaios Práticos-Soluções deverá usar o prêmio para a execução da solução premiada. Além do prêmio em dinheiro, os vencedores também receberão mentoria dentro da Pernambucanas.
Essa novidade é possível graças à parceria com a varejista, que acredita que, ao investir em projetos como o Fórum Fashion Revolution, está investindo, também, em seu futuro. “Investir em pesquisa é mais que uma necessidade, é uma obrigação, e tem papel fundamental em todos os aspectos do nosso negócio, nos permite explorar novas ideias, materiais, técnicas de produção, por exemplo”, relata Renata Del Bove, Diretora Executiva de Sustentabilidade e RH na Pernambucanas.
Citando o Fashion Transparency Index, Renata relembra que a transparência e a inovação são essenciais para transformar a indústria da moda. “A pessoa que promove essa mudança deve ser reconhecida, valorizada e celebrada”, completa.
Uma moda sustentável e justa tem olhar intergeracional, provocativo e transformador. Em uma realidade climática na qual é necessário, cada vez mais, questionar o modelo de produção, consumo e descarte na moda, o Fórum Fashion Revolution se propõe a fortalecer a luta de todos que querem transformar a moda. São diversos desafios e esse é o espaço para quem está pronto para enfrentá-los. Participe, inscreva-se no Fórum Fashion Revolution.