Com a participação de mais de 60 organizações da esquerda, movimentos dos direitos democráticos dos povos e intelectuais de 27 países e quatro continentes, começou ontem, em Tânger, Marrocos, o Encontro Internacional Iniciativa pela Paz.
O primeiro dia foi marcado pelo ato de abertura, no qual falaram cerca de 20 organizações, e pela realização da primeira sessão do encontro, justamente sobre a questão palestina.
O Partido da Causa Operária (PCO) participa desde o primeiro encontro do Fórum, realizado em Roma, em outubro de 2023, e, desta vez, comparece ao Marrocos com uma delegação de militantes do Brasil e dos Estados Unidos, Espanha e Portugal, sob a coordenação de Antônio Carlos Silva, da sua Executiva Nacional.
O Fórum reúne um conjunto de forças heterogêneas, mas que se pronunciaram de forma progressista contra os ataques dos Estados Unidos e da OTAN contra a Rússia, usando como bucha de canhão a Ucrânia, e que condenaram os ataques criminosos do governo genocida de “Israel” contra o povo palestino.
A heroica ação de 7 de outubro de 2023 da resistência palestina, que mostrou de forma clara a possibilidade de derrotar os invasores sionistas, e toda a revolução liderada pelo Hamas e demais forças da resistência, de armas na mão, levou a uma evolução no interior de muitas das organizações que participam do Encontro, que foram adotando — cada vez mais — uma posição em apoio à luta do povo palestino, afastando-se das posições vacilantes que fazem uma pregação abstrata da paz ou de uma Palestina livre, sem deixar claro que essas e outras conquistas só são possíveis por meio da derrota do regime fascista de “Israel” e da demolição do Estado sionista.
Na saudação inicial ao Encontro, Adriana Machado (foto), da Secretaria de Relações Internacionais do PCO, destacou a importância de que os que apoiam o povo palestino defendam a luta e a vitória do Hamas e de toda a resistência contra o regime genocida sionista.
Na primeira sessão do Encontro, além de representantes de diversos movimentos palestinos, teve participação destacada o rabino Israel David Weiss, dirigente da organização Neturei Karta — International Jews United Against Zionism (Judeus Unidos Contra o Sionismo), dos Estados Unidos, que, uma vez mais, classificou como criminosa e contrária aos princípios religiosos dos judeus a ação covarde dos sionistas e o próprio Estado de “Israel”, condenando o falso judaísmo dos sionistas, que ele comparou com a comida estragada, que faz mal, inclusive, aos próprios judeus que professam sinceramente sua fé.
Com uma intervenção combativa na sessão sobre a Palestina, Ahmad Shehada, presidente do Instituto Brasil-Palestina (Ibraspal), destacou o papel revolucionário da luta armada contra a invasão sionista e seus planos criminosos de tomada do que resta das terras palestinas e de genocídio, que foi detido e desmascarado pela operação Dilúvio de Al-Aqsa. Falou com detalhes do genocídio, destacando a morte de crianças, mulheres, a destruição de hospitais etc., que classificou como um “crime sem precedentes”, realizado com o apoio do imperialismo e dos governos que apoiam “Israel”.
Shehada defendeu a política da resistência, a constituição de um governo unido de todos os que defendem o povo palestino. Propôs que todos os progressistas precisam se mobilizar para exigir o fim do genocídio e realizar uma grande pressão.
“Antissionismo não é antissemitismo, trata-se da luta contra a ocupação e os crimes do regime genocida de ‘Israel’”, afirmou.
O presidente do Ibraspal conclamou: “não podemos ser progressistas se deixarmos de lado a Palestina”. Lamentou que haja manifestações, mas que elas tenham refluído, e defendeu a mobilização de todos os setores progressistas.
“Nosso povo segue apegado a seus direitos, está sofrendo… esperamos que encontrem uma via para apoiar a resistência nesta batalha decisiva. Não vamos nos render, vamos vencer. Viva a Palestina!”, concluiu sob aplausos.