A última Cúpula do BRICS, realizada na cidade russa de Cazã, em outubro de 2024, revelou uma clara tendência de expansão e fortalecimento das alianças anti-imperialistas entre economias emergentes e países oprimidos. Naquela ocasião foram anunciados 13 novos países convidados a integrar o bloco como “Estados Parceiros”, incluindo Cuba, Turquia, Indonésia, Bolívia, Nigéria, dentre outros, evidenciando a intenção do BRICS de se consolidar como uma alternativa ao sistema liderado pelos Estados Unidos.
O Brasil assumiu a presidência do bloco até dezembro de 2025. No entanto, sua participação vem destoando da luta principal do agrupamento, que é a necessidade de se colocar não somente como uma alternativa comercial, mas uma força de enfrentamento e combate ao imperialismo. O Brasil vetou a entrada da Venezuela, alegando ilegitimidade do resultado eleitoral, uma posição de alinhamento à política dos países imperialistas.
Defesa dos povos oprimidos
O próprio presidente Putin, por sua vez, na ocasião, fez referência à legitimidade da entrada da Venezuela no bloco, dizendo: “sei que os nossos amigos venezuelanos estão próximos dos valores e princípios fundamentais em que se baseiam as atividades da associação: o respeito pelos interesses legítimos e pela soberania de cada um, a escolha soberana dos Estados e dos povos, a cooperação mutuamente benéfica e honesta e igualitária. Apoiamos o seu desejo de se juntar ao trabalho do BRICS”.
A Venezuela – assim como Cuba e Nicarágua – são os países do continente latino-americano que enfrentam os mais fortes ataques do imperialismo, sobretudo o norte-americano, que lhes impõe as mais duras sanções e bloqueios, na tentativa de sufocar os regimes populares ali instalados.
Luta anti-imperialista
Além das pautas protocolares, o Brics deve afirmar sua vocação sobretudo anti-imperialista, como um polo de enfrentamento e luta contra a ditadura econômica, política e militar das economias capitalistas. A tarefa mais imediata é a firme defesa dos países que estão sendo atacados (Cuba, Venezuela, Irã, Rússia, Iêmen, Nicarágua, Palestina) e todos os demais povos oprimidos pela política do grande capital.