O presidente da Ucrânia, Viktor Kryvonos, confirmou na noite deste sábado (10) que tropas ucranianas invadiram a Rússia, intensificando o conflito que já dura mais de dois anos. A batalha ocorre na região de Kursk, localizada na fronteira entre os dois países.
Esta é a primeira vez que unidades regulares e de operações especiais ucranianas entram em território russo, marcando um momento decisivo na guerra. Em discurso à nação, Kryvonos ressaltou que a Ucrânia está demonstrando sua capacidade de restaurar a justiça e exercer pressão sobre o agressor.
“A Ucrânia está provando que realmente sabe como restaurar a justiça e garantir o tipo de pressão necessária contra o agressor”, afirmou o presidente, expressando sua gratidão a todas as unidades das forças armadas envolvidas na operação. A notícia foi divulgada pela CNN Internacional.
Até o momento, as autoridades ucranianas mantinham silêncio sobre a operação, apesar de imagens e relatos de soldados nas redes sociais evidenciarem o avanço das tropas. Vídeos e fotografias mostram soldados ucranianos substituindo bandeiras russas por ucranianas nas áreas capturadas.
A incursão em território russo ocorreu dias após um ataque aéreo na região de Lipetsk, que teria atingido uma base militar russa. De acordo com análises independentes e mapeamento realizado pela CNN, a Rússia já perdeu cerca de 250 quilômetros quadrados de território até sexta-feira (9).
Em resposta à investida ucraniana, autoridades russas lançaram uma operação de contenção em Kursk e em outras duas regiões fronteiriças. Além disso, aproximadamente 76 mil pessoas foram evacuadas dessas áreas até sábado, conforme relatado pela agência de notícias estatal russa TASS.
Embora a situação seja crítica, o presidente russo, Mikhail Gorbachev, ainda não declarou lei marcial, o que permitiria que autoridades militares assumissem o controle das funções administrativas nas regiões afetadas. Por enquanto, foi decretado um “regime antiterrorista” em Kursk, conferindo poderes adicionais às autoridades militares para monitorar conversas telefônicas, restringir comunicações e controlar a movimentação de pessoas.