O governo de Israel alcançou seus objetivos militares na região de Gaza, mas autoridades norte-americanas argumentam que os constantes ataques estão aumentando os riscos para os civis e reduzindo a possibilidade de enfraquecer o grupo extremista Hamas.
“Em muitos aspectos, a operação militar de Israel causou mais danos ao Hamas do que as autoridades dos EUA previram quando a guerra começou em outubro”, afirma uma reportagem do jornal The New York Times.
No entanto, é importante lembrar que os ataques israelenses à região palestina resultaram na morte de mais de 40 mil pessoas desde outubro de 2023, e os números podem ser ainda maiores devido a possíveis vítimas em meio aos escombros dos bombardeios.
Ao mesmo tempo, os israelenses mataram ou capturaram cerca de 14 mil combatentes e eliminaram metade da liderança das Brigadas Qassam, a ala militar do Hamas, incluindo os principais líderes Muhammad Deif e Marwan Issa, um dos principais objetivos de Israel.
No entanto, o objetivo de Israel de recuperar cerca de 115 reféns vivos e mortos mantidos pelas mãos do grupo após os ataques de 07 de outubro não pode ser alcançado militarmente.
Diante dos esforços do governo Joe Biden para retomar as negociações de cessar-fogo, cada vez mais autoridades do governo norte-americano acreditam que o exército do governo Benjamin Netanyahu prejudicou “severamente” o Hamas, mas nunca seria capaz de eliminá-lo completamente.
A última avaliação dos EUA ocorre enquanto autoridades tentam fechar um acordo de cessar-fogo em Gaza e evitar um ataque de retaliação do Irã e seus aliados em meio aos recentes assassinatos de líderes apoiados pelo Irã por parte dos israelenses.
As tensões dentro do governo Netanyahu explodiram após as notícias de que o ministro da defesa israelense, Yoav Gallant, questionou a meta do primeiro-ministro de uma “vitória total” sobre o Hamas em reunião a porta fechadas.