A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) continua movimentando as redes sociais mesmo após ter suas contas suspensas por determinação judicial. Ela tem usado um perfil ‘alternativo’ no Instagram para comentar os acontecimentos políticos do país.
Na última semana, Zambelli divulgou um vídeo direcionado contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e o governo federal. O conteúdo aborda especificamente o aumento das tarifas impostas pelos Estados Unidos, usando a expressão bolsonarista para o tema: “Taxa Moraes”.
“Olá, pessoal, aqui é Carla Zambelli. Muita coisa tem acontecido no Brasil, não é?”, inicia no vídeo. Em seguida, acusa o ministro: “faz muitos anos que o Moraes está brincando de ditador”. A crítica à atividade do ministro do Supremo é habitual entre os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A deputada também direcionou elogios ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), dizendo que ele tem “coragem de enfrentar certas coisas que nenhum outro presidente teve coragem de enfrentar”. Além disso, agradeceu publicamente o apoio do líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante.
Na publicação, Zambelli também critica o governo Lula por uma suposta aproximação com o Irã, sem apresentar fundamentos sobre o hipotético movimento. A parlamentar também chama as prisões de pessoas envolvidas no 8 de Janeiro de “sequestro”, muito embora elas tenham cumprido os ritos de investigação e de processo judicial.
Criado no último mês de maio, o perfil tem quase 5 mil seguidores. A frequência das atualizações demonstra que, apesar das restrições judiciais, a deputada mantém estratégia de comunicação ativa.
Em postagem, Zambelli demonstrou otimismo em relação ao processo contra ela que tramita na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. O colegiado será responsável por decidir sobre a possível perda de seu mandato parlamentar.
A bolsonarista foi condenada a dez anos de prisão por participação na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O crime contou com o apoio do hacker Walter Delgatti Neto, segundo as investigações. Ela está foragida na Itália.