Em meio ao desastre das enchentes de 2024, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, manteve-se inerte, demorando a acionar o aparato de defesa civil no sentido de socorrer a população vítima das cheias. Os impactos desse evento foram catastróficos e abrangentes, afetando cerca de 2,4 milhões de pessoas em 478 municípios, causando 183 mortes e prejuízos econômicos estimados na casa dos bilhões de reais.
Os sistemas de proteção contra inundações em Porto Alegre e outras cidades gaúchas, projetados nas décadas de 1960 a 1980, falharam em vários pontos por falta de investimentos, em uma clara ação de negligência e descaso do governo Leite, seguido de perto pelo seu aliado, Sebastião Melo, prefeito de Porto Alegre, que resultaram nas rupturas em comportas, refluxo em galerias, diques abaixo da cota de projeto e fragilização desse tipo de infraestrutura. Os dados revelam que 35% a 40% da população atingida pelas enchentes na Região Metropolitana de Porto Alegre em 2024 estavam em áreas “protegidas” por sistemas que falharam, ampliando o impacto do desastre por conta de uma falsa sensação de segurança nessas regiões.
Agora, após um ano das enchentes de maio de 2024, novamente o Rio Grande do Sul é atingido por fortes chuvas, que já deixaram quatro pessoas mortas e milhares de desabrigados, fazendo lembrar a enchente de maio do ano passado. Na verdade, muito pouco foi feito para evitar novas inundações e alagamentos, com a população enfrentando o descaso e a falta de transparência nas ações prometidas.
O que se vê no Estado é a continuidade da política neoliberal de garantir os interesses dos bancos, empreiteiras e outros grandes monopólios e suas máfias políticas às custas do sofrimento da imensa maioria do povo.