A Folha de S.Paulo voltou a atacar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta-feira (15) com um editorial que propõe a anulação das condenações dos golpistas de 8 de janeiro. O objetivo parece ser anistiar Jair Bolsonaro e livrar aliados:
As revelações sobre procedimentos informais envolvendo o ministro Alexandre de Moraes e seu estafe em investigações presididas por ele merecem rigorosa atenção pública.
Trata-se de um desdobramento da inaudita concentração de poder em um mesmo magistrado, como ocorre no heterodoxo e interminável inquérito das fake news.
Não estão em questão a boa-fé de Alexandre de Moraes nem a obtusidade da ala do bolsonarismo que flertou com a ruptura institucional. Discutem-se os meios utilizados para enfrentar a ameaça, real.
À diferença das autocracias, o Estado democrático de Direito não pode abrir mão do caminho regular e transparente para perseguir os seus objetivos. Não deveria haver poder nas sombras, ilimitado.
A imagem de um juiz que, mediante ordens informais, escolhe os alvos que depois serão atingidos pela sua caneta conflita com o cânone clássico das liberdades civis.
É uma pena que, por espírito de corpo, colegas de Moraes tenham se apressado a conceder-lhe um novo salvo-conduto. Há acusados e investigados que poderão, com base nas informações que vêm sendo levantadas pelo jornalismo profissional, solicitar a nulidade de provas ou a reversão de decisões.
Já sabem que contarão com a antipatia do tribunal que deveria zelar pelas prerrogativas fundamentais dos brasileiros, entre as quais fulgura o devido processo legal.