‘Foi Israel, não o Hamas, que violou o acordo’

As palavras que dão título a este artigo foram escritas e publicadas pelo jornal israelense Haaretz, em alusão às mentiras do Estado sionista acerca da ruptura – por parte do governo genocida e criminoso de Israel – dos acordos de cessar-fogo, rompidos unilateralmente na madrugada do dia 18 de março, quando a aviação militar do Estado judeu voltou a bombardear a Faixa de Gaza, deixando um saldo sangrento de mais de 1.000 pessoas atingidas, com 400 mortes, e cerca de 600 outras feridas, dentre mulheres e crianças.

Para ser mais preciso, essa foram as palavras do jornal israelense em seu editorial: “O exército de ocupação israelense mais uma vez começou a bombardear a Faixa de Gaza com ataques aéreos desde terça-feira, matando mais de 400 palestinos, ferindo centenas e quebrando um acordo de cessar-fogo e troca de prisioneiros que foi firmado em janeiro.

O governo alegou que o ataque foi renovado devido à rejeição “repetida” do Hamas de todas as propostas para estender o cessar-fogo e libertar os prisioneiros israelenses”.

Isso, no entanto, deve ser repelido, pois se trata de uma grotesca mentira. O jornal Haaretz prossegue: “No 16º dia, as partes deveriam começar a discutir a segunda fase, que deveria terminar com a libertação de todos os reféns restantes. Israel recusou.” “Israel também quebrou sua promessa de se retirar do Corredor Filadélfia na fronteira entre Gaza e Egito entre o 42º e o 50º dia do cessar-fogo”.

Além disso, Israel anunciou que estava interrompendo a entrada de ajuda humanitária em Gaza e fechando as passagens de fronteira”. “Esta decisão, como a decisão do ministro da energia de interromper a quantidade limitada de eletricidade que Israel fornece a Gaza, viola explicitamente o compromisso de Israel no acordo de que a ajuda continuará entrando enquanto as negociações sobre o segundo estágio estiverem em andamento.”

A primeira fase do acordo terminou no início de março, mas Netanyahu se recusou a entrar em negociações para a segunda fase do acordo. 

O Haaretz também criticou as alegações de Netaniahu sobre a rejeição do Hamas a todas as propostas do enviado dos EUA Steve Witkoff para estender o cessar-fogo. Diz o veículo de comunicação: “Todas as propostas que o Hamas recebeu de Witkoff decorrem da recusa de Israel em manter sua parte do acordo. Consequentemente, a tentativa de retratar a rejeição do Hamas às propostas de Witkoff como uma razão para retomar a luta não passa de uma manipulação desonesta.”

Também criticou como “outra mentira” a alegação de Netanyahu de que o novo ataque a Gaza tinha como objetivo libertar os cativos, os vivos e os mortos.

Como se pode ver, Israel, na verdade, nunca desejou o acordo. Sua intenção nunca foi o cessar-fogo, a interrupção da matança em Gaza. No máximo cedeu a uma pressão no primeiro momento, mas  nunca, em nenhum momento, se interessou pelo cumprimento do acordo, da trégua, ainda que temporária e em termos bem frágeis. 

Por sua vez, o Hamas cumpriu todas as cláusulas do acordo, sem violar nenhuma das peças do instrumento. 

A violação , por parte de “Israel” dos termos do acordo de cessar-fogo, é a demonstração cabal de que o sionismo não será derrotado por meio de negociações, acordos ou tratados, pois o Estado sionista sempre violou todas as resoluções internacionais que os obrigava e obriga a cessar suas ações criminosas, de força de ocupação opressora contra os povos indefesos da região.

Artigo Anterior

Bolhas

Próximo Artigo

Um ano do atentado ucraniano ao Crocus City Hall

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter por e-mail para receber as últimas publicações diretamente na sua caixa de entrada.
Não enviaremos spam!