Dois focos de gripe aviária confirmados na última quinta-feira (15) no Rio Grande do Sul levaram à suspensão temporária, por 60 dias, das exportações de carne de frango do Brasil para a China e a União Europeia. O primeiro caso, de alta patogenicidade (H5N1), foi detectado em uma granja comercial em Montenegro, e o segundo, em um zoológico público em Sapucaia do Sul.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, declarou: “para a China e a comunidade europeia, restringe-se [as compras de carne de frango] para todo o Brasil temporariamente”. Ele acrescentou: “no caso do Japão, que compra 70% da carne de frango que importa do Brasil, as exportações seguirão normalmente, com exceção dos produtos originados do município de Montenegro (RS)”.
A China é o maior comprador de frango brasileiro, enquanto a UE ocupa a sétima posição. Japão, Arábia Saudita, Emirados Árabes, Reino Unido e Argentina aplicaram restrições apenas ao município ou estado afetado. Fávaro destacou: “todos os países estão com restrições neste momento”. Ele prevê uma oferta maior de carne no mercado interno, podendo reduzir preços, e observou que o Brasil exporta apenas 0,9% de sua produção de ovos, minimizando impactos nesse setor.
Terceiro maior exportador de frango do País, o Rio Grande do Sul já enfrentava embargos chineses desde julho de 2024, devido a um caso de doença de Newcastle em Anta Gorda, com prejuízos de US$180 milhões segundo a Organização Avícola do estado. Medidas sanitárias, como isolamento e higienização da granja afetada, já foram iniciadas. Fávaro afirmou: “essa granja é uma granja que foi constatado 35 animais inicialmente com o vírus. […] Já foi feito total extermínio, o bloqueio, que é o mais importante, para sair desse status”. A Frente Parlamentar da Agropecuária defendeu a retomada das atividades após controle sanitário rigoroso.