A Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) lamenta profundamente o falecimento do advogado Américo Gomes, militante incansável do movimento sindical e um dos fundadores do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), onde atuava na Secretaria Nacional de Petroleiros.
Com uma vida dedicada à defesa dos direitos da classe trabalhadora e à construção do socialismo, Américo teve uma participação decisiva na fundação da FNP, em 2006, contribuindo para a organização e fortalecimento da categoria petroleira.
Trajetória
Desde jovem, ainda estudante secundarista, Américo enfrentou a repressão da ditadura empresarial-militar (1964-1985).
Foi perseguido e fichado pelo Departamento Estadual de Ordem Política e Social (Deops) devido a sua atuação no Movimento de Oposição Sindical Metalúrgica de São Paulo (MOSMSP).
Sua luta intransigente pela emancipação da classe trabalhadora o levou a ser demitido de diversas fábricas por onde trabalhou na juventude, sem nunca abandonar, porém, os seus ideais revolucionários.
Nos estertores da ditadura e já na redemocratização, o advogado especializado em Política e Relações Internacionais atuou em inúmeras frentes de defesa dos direitos humanos e dos trabalhadores, tendo sido membro da Comissão de Ex-Presos e Perseguidos Políticos da Convergência Socialista e pesquisador do Instituto Latino-Americano de Estudos Socioeconômicos (ILAESE).
O compromisso de Américo com a classe operária se estendeu para o movimento petroleiro, tornando-se uma referência nas mobilizações e greves da categoria, incluindo a histórica Greve dos Petroleiros de 1995.
Onze anos depois, ele foi determinante na fundação da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), quando era assessor do Sindipetro Alagoas/Sergipe (AL/SE).
A militância do nosso camarada o levou a um papel destacado na Liga Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional (LIT-QI), onde, desde 2015, ocupava posto de direção em campanhas junto ao operariado dos mais distintos países do globo.
Ele lutou incansavelmente, nas últimas décadas, pela reparação histórica aos trabalhadores perseguidos pela ditadura empresarial-militar brasileira. Ele sempre estava presente nos debates sobre justiça de transição, ainda não promovida pelo Estado brasileiro.
Américo faleceu na quarta-feira, dia 19/03/2025, vítima de uma parada cardíaca em São Paulo. Ele faria 65 anos em 4 de agosto deste ano.
Companheiro de tantas batalhas, Américo Gomes deixa um legado inestimável para a classe trabalhadora, especialmente para os petroleiros. Um exemplo de dedicação, coragem e compromisso com a luta revolucionária, que permanecerá vivo na memória e na ação daqueles que seguem na construção de uma sociedade mais justa e do socialismo.
Além de camaradas e amigos, Américo deixa um filho, Vinícius, e um irmão, Emílio.
A FNP presta toda a sua solidariedade aos familiares, amigos e companheiros de luta de Américo Gomes.
A sua história será lembrada, sua ausência sentida, mas seu espírito de luta seguirá pulsante em cada mobilização e a cada conquista da classe trabalhadora.
Américo Gomes, presente! Hoje e sempre!