
Lucio Massafferri Salles*, Pragmatismo Político
Pois é, meus amigos. O Fluminense escreveu mais um capítulo da sua gloriosa história.
E, como diria o saudoso Nelson Rodrigues: dias de glória são talhados no ferro incandescente do destino. A de ontem, para o Fluminense Football Club, foi forjada com a têmpera dos imortais.
Que os deuses do futebol perdoem a hipérbole, mas o que se viu na tarde dessa sexta-feira, dia 4 de julho de 2025, no Camping World Stadium (Orlando/EUA), foi mais um capítulo da epopeia tricolor sendo gravada em território estrangeiro. Sim, impressionado, boa parte do mundo assiste à sublimação do improvável.
O Fluminense é o “Deus Hércules do Mundial”
Na esteira do que já havia ocorrido com o Borussia Dortmund e com a Inter de Milão (com uma vitória épica) ontem foi a vez do Al Hilal se dobrar diante da garra e do bom futebol do Fluminense.
O diário inglês The Guardian chama a jornada heroica desse time de guerreiros de: “um conto de fadas no Mundial de Clubes“. Porém, na realidade, a trajetória histórica que está sendo percorrida pelo Fluminense vai bem mais além dos contos que embalam crianças.
Não falemos aqui de números ou esquemas táticos. É o imponderável o que inquieta.
Não é Ária nem Ópera: é Jhon Arias
Com toda a força que o seu nome evoca, Hércules novamente marca o segundo gol de uma vitória tricolor no Mundial. Arias, sublime; absoluto, genial. O time todo, impecável, sem que ninguém fique de fora.
O que dizer de Martinelli, cria de Xerém? Martinelli é mais um fruto da frondosa “árvore de talentos” do Fluminense, na qual bilionários, abarrotados com dinheiro de Doha e Catar, vem catar jovens craques de bola para jogarem em seus times.
Sim, como bem disse o Zé Roberto Padilha, amigo e ex-jogador da lendária Máquina Tricolor: o mundo está vendo as apresentações da “Universidade Harvard do Futebol”, que é o Fluminense.
É também uma lição de postura, de força, de garra e ímpeto de vencedor; com elã. E tudo isso calçado nas mais genuínas chuteiras da humildade. Pouca grana, união exemplar e muito futebol, futebol brasileiro apresentado e representado pelo Flu.
Como o Fluminense venceu o Al Hilal, sendo o primeiro a se classificar para as semifinais da Copa do Mundo de Clubes
Já estando entre os quatro melhores times do mundo (ao lado de três europeus), o Tricolor das Laranjeiras e do Sul Global enfrentará, na terça que vem, dia 8, o Chelsea.
Mais um encontro daqueles que me levam a perceber que talvez estejamos diante do que chamo de “contração histórica”, no tempo e espaço. Recentemente o Flu viveu algo dessa ordem, com nomes, locais e times; a LDU conta essa história, que passa pela épica final da Libertadores 2023, no Maracanã.
Novamente tendo Renato Gaúcho como treinador, Thiago Silva enfrentará o seu ex-time inglês na semifinal desta primeira Copa do Mundo de Clubes.
Por fim, Fabio. Jamais incluído para jogar uma Copa do Mundo de seleções, o “Paredão Tricolor” já está na história e no panteão dos gigantes da número 1 do Fluminense, mesmo ainda escrevendo esse percurso, jogo após jogo, com segurança, simplicidade e defesas milagrosas. Recordes são pouco para Fabio, o “goleiro de Deus” para quem o tempo não passa.
Que venham as semifinais.
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*Lucio Massafferri Salles é jornalista, cronista esportivo, psicólogo e professor da rede pública de ensino/RJ. Doutor e mestre em filosofia pela UFRJ, especialista em psicanálise pela USU, realizou o seu estágio de Pós-Doutorado em Filosofia Contemporânea na UERJ. É criador do canal FluPress (YouTube).
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