
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) negou ter discutido sanções contra o Supremo Tribunal Federal (STF) durante reunião com Ricardo Pita, assessor do Departamento de Estado dos Estados Unidos, realizada nesta segunda-feira (5) em Brasília. Com informações do UOL.
Pita foi enviado ao Brasil pelo governo de Donald Trump, integrando uma delegação americana com foco em temas como segurança pública e crime organizado. Nascido na Venezuela e sem experiência diplomática prévia, o assessor atuou anteriormente como assistente do senador republicano Ted Cruz.
Apesar da visita da comitiva americana ser liderada por David Gamble, chefe interino da Coordenação de Sanções do Departamento de Estado, Flávio Bolsonaro afirmou que se reuniu apenas com Pita. O senador confirmou que Gamble não participou do encontro e reforçou que não discutiu a questão das sanções contra o Supremo. “Não foi tratado”, respondeu ele, acrescentando que “quem trata desse tema é o Eduardo”.
Na última sexta-feira (3), o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro anunciou que Gamble viajaria ao Brasil com a pauta das sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF, como foco da missão diplomática.
No entanto, um comunicado oficial da embaixada dos EUA em Brasília, divulgado no domingo (4), contradisse essa versão. A nota esclareceu que a delegação está no país para debater o combate a organizações criminosas transnacionais, terrorismo e tráfico de drogas — sem qualquer menção a sanções contra ministros do Supremo.
🚨URGENTE – Senador Flavio Bolsonaro diz que não se reuniu com David Gamble e sim com Ricardo Pita
“Não, veio só o senhor Ricardo, que foi o que nós pedimos para a embaixada! (…) Só para esclarecer que não foi tratada essa outra pauta, gerenciada pelo deputado Eduardo nos EUA” pic.twitter.com/5WG55QwAAh
— SPACE LIBERDADE (@NewsLiberdade) May 5, 2025
Delegação americana também dialoga com governo Lula
Apesar das declarações de Eduardo Bolsonaro, a delegação americana tem compromissos oficiais com o governo do presidente Lula (PL), incluindo reuniões com o Ministério da Justiça e o Itamaraty. A participação de setores ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) gerou preocupação em Brasília, especialmente sobre um possível uso político da visita para fortalecer o apoio de Trump ao ex-presidente brasileiro.
Durante a reunião com Pita, Flávio Bolsonaro afirmou ter discutido formas de combater o crime organizado no Brasil. O senador mencionou seu interesse em viajar a Washington para apresentar dados que indicariam ligações entre grupos criminosos brasileiros e o financiamento ao Hezbollah.
Ele também defendeu que o Brasil adote a mesma abordagem dos EUA ao classificar o crime organizado como terrorismo, o que, segundo ele, facilitaria o combate a essas organizações.
Histórico de críticas a Lula nas redes sociais
Ricardo Pita, o interlocutor da reunião, tem histórico de postagens com críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2023, ele compartilhou uma mensagem de Ted Cruz acusando o governo brasileiro de tentar “suprimir a liberdade de expressão” ao restringir o uso do X (antigo Twitter).
Fontes em Brasília indicam que a delegação americana pode se reunir ainda esta semana com o deputado Filipe Barros (PL-PR) e até com o ex-presidente Jair Bolsonaro, reforçando a articulação entre setores do trumpismo e do bolsonarismo.
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