O Fórum Independente pela Soberania do Trabalhador (FIST) denuncia um esquema para despejar moradores da ocupação Praia do Flamengo 86, no Rio de Janeiro, envolvendo a Santa Casa de Misericórdia, o banco BTG Pactual, a imobiliária Sérgio Castro e a justiça fluminense, da Central de Assessoramento e Execução (Caex). A ocupação, que abriga famílias há anos, enfrenta cortes de água, luz e coleta de lixo, além de ordens de despejo, consideradas ilegais pelos moradores.
Segundo Adriano Cornélio, morador da ocupação, as famílias possuem documentos que comprovam a transferência de posse dos imóveis. “Pagamos pelo direito da posse, mas o juiz atua em favor da Santa Casa, que erra no processo trabalhista que gerou essas ordens de despejo”, afirmou. Ele destaca que a instituição busca vender o patrimônio para quitar dívidas, com o BTG Pactual como interessado na aquisição, intermediada pela Sérgio Castro Imóveis.
Um militante do FIST relatou ações violentas contra os moradores: “a Santa Casa, com o banco BTG Pactual e a imobiliária, entrou no prédio, arrombou apartamentos, cortou água e luz, levantou alvenarias e tentou botar as pessoas na rua. A FIST interveio juridicamente e interrompeu essas ações”.
Ele acusou ainda a Polícia Militar do governo estadual de reprimir os moradores em tentativas de despejo. “Essa quadrilha estava agindo há meses, mas nossa intervenção parou temporariamente o processo”, completou.
Outro integrante do FIST reforçou a gravidade da situação: “A manifestação é justa para desmantelar o conluio criminoso entre a Santa Casa, que quer vender o prédio para o BTG Pactual, e a imobiliária Sérgio Castro, abençoada pelo judiciário. Tudo é ilegal. Esperamos reverter o despejo até setembro, prazo final para os moradores saírem”. A Santa Casa, segundo os denunciantes, estaria dilapidando seu patrimônio em benefício de interesses privados.
A ocupação Praia do Flamengo 86 enfrenta condições precárias desde que a Santa Casa, com apoio judicial, cortou serviços básicos. A coleta de lixo foi suspensa, forçando os moradores a colocarem resíduos na rua, o que levou a Colurb, empresa responsável, a retomar o serviço após protestos. A FIST organiza manifestações para pressionar as autoridades e garantir os direitos dos moradores, que temem perder suas casas.