Os imigrantes deportados dos Estados Unidos chegaram algemados no Brasil. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, mandou retirar as algemas de 88 brasileiros que estavam nesse grupo. E denunciou “flagrante desrespeito aos direitos fundamentais. pic.twitter.com/K4SemJ9zK5
— GugaNoblat (@GugaNoblat) January 25, 2025
A bispa Mariann Edgar Budde, da Diocese de Washington, emergiu como uma voz de serenidade e apelo à misericórdia. Suas palavras numa missa nesta semana, dirigidas a Trump, ganharam repercussão internacional após ela criticar ações e discursos divisivos que, segundo ela, fomentavam o desprezo e a fragmentação do tecido social.
Em entrevistas concedidas à NPR e ao programa The View, ela explicou que seu objetivo era contrapor uma narrativa divisiva e polarizadora, sem recorrer ao desprezo ou à hostilidade. Embora tenha sido alvo de ataques, Mariann reafirmou sua posição de não enxergar Trump como inimigo, mas como alguém por quem ela continua a orar.
Essa postura reflete um compromisso com o diálogo respeitoso e a compaixão, mesmo diante da discordância profunda. Trump respondeu com sua matéria-prima: ódio. Chamou-a de “esquerdista radical”, entre outras coisas. Pintou um alvo em suas costas.
🚨AGORA: Brasileiros deportados dos Estados Unidos após ordem de Donald Trump cantaram o hino nacional ao saberem que, por determinação do presidente Lula, não usariam mais algemas e correntes. O governo brasileiro também ofereceu banho e alimentação.
pic.twitter.com/EMOzUYHVYq— CHOQUEI (@choquei) January 25, 2025
O apelo de Mariann Edgar Budde reflete a prática de “agressividade espiritual” que Martin Luther King Jr. defendia. Assim como King usou discursos, reuniões comunitárias e protestos pacíficos para combater a injustiça, Mariann usou sua posição como líder religiosa para desafiar uma retórica política que, segundo ela, prejudica pessoas reais.
A resposta de Budde às críticas, recusando-se a pedir desculpas por clamar por misericórdia, também ressoa com a coragem moral que King identificava como essencial para a não-violência. Ela não recuou diante das pressões ou dos ataques pessoais, mas manteve sua postura de buscar reconciliação sem comprometer seus princípios.
Essa terá de ser a resposta a Trump e esse ciclo de humilhações e agressões que estão apenas começando. O inimigo é grande demais e está armado. Colocar um espelho diante dele, como fez a bispa Mariann, é a melhor maneira de atingi-lo e mostrar sua natureza. Assim morreu a Medusa, assim morrerá o fascismo.