Aldo Bueno: O Eterno Amanhecer (2024; 86 min.), de Adriano De Luca, é um documentário sobre um personagem das intermináveis rodas de samba, aquelas que costumam varar a noite.

O cantor, hoje com 75 anos, circulou bem entre as rodas da capital paulista, além de compor. Não teve, porém, uma trajetória fácil e chegou a viver na rua.

O filme conta a história de uma figura que ainda fez teatro e cinema e conquistou o Kikito de Ouro em Gramado como melhor ator coadjuvante, por sua atuação em A Próxima Vítima (1983), de João Batista de Andrade.

O cantor e ator Aldo Bueno é um personagem em extinção. Frequentador assíduo do Bexiga, é aquele tipo de cantor que tira da cartola ótimos e desconhecidos sambas, ao mesmo tempo em que convoca o público para cantar clássicos do gênero.

Com voz talhada na noite, é um tipo de artista que já não se encontra facilmente por aí, em especial no Bexiga, para onde ia quem nunca viu o samba amanhecer, como diz a letra de Tradição, de Geraldo Filme — que, aliás, apadrinhou Aldo e o colocou como puxador do samba-enredo da escola de samba Vai-Vai em 1982.

Aldo Bueno: O Eterno Amanhecer integra o festival In-edit, o principal de documentários sobre música no País, que tem sessões presenciais e online. É possível assistir ao longa-metragem até 26 de junho no streaming pelo Itaú Cultural Play, gratuitamente.

Aldo foi ator e sambista de interpretação real, verdadeira e visceral — e ganhou afeição das pessoas por ser assim. Por transmitir bons sentimentos, tornou-se um personagem de São Paulo, e o documentário relata exatamente como isso se construiu.

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Last Update: 21/06/2025