A Radio Free Europe/Radio Liberty (RFE/RL), órgão de imprensa financiada pelos EUA, publicou, na última terça-feira (11), filmagens aéreas sobre alguns cemitérios em que estão soldados ucranianos que morreram na guerra por meio de um VANT (Veículo Aéreo Não-Tripulado, os drones). O ditador ucraniano Vladimir Zelensqui, que governa o país sem possuir um mandato, alega que foram 46 mil militares mortos em combate, no entanto, há provas de que o número é escandalosamente maior dado que é tratado como segredo de Estado.
Nas imagens, é possível ter a dimensão do grande número de baixas que a Ucrânia teve desde o começo da guerra, que, no mês passado, completou três anos. São várias fileiras de túmulos com a bandeira do país que chega se perder de vista. Na reportagem da RFE/RL, foi entrevistada uma moradora que alegou o aumento exponencial das fileiras desde 2022:
“No começo da guerra eram três fileiras de homens enterrados, mas agora chegam a dois quarteirões.”
Além das imagens, há também as medidas do governo ucraniano, como a redução da idade para o alistamento militar de 27 para 25 anos, adotada em abril de 2024. Ação que mostra um claro desespero diante do avanço do exército russo.
Apesar da imprensa imperialista noticiar desde o começo da guerra que a Ucrânia tem sido vitoriosa, a realidade é totalmente o oposto. A prova disso é a situação atual em que se dá o conflito, com Donald Trump, presidente dos EUA – principal apoiador financeiro e militar da Ucrânia – atuando para chegar a um acordo de cessar-fogo entre os dois países. A crise é tão grande que membros do próprio governo norte-americano alegaram que se trata de uma guerra por procuração do imperialismo através da Ucrânia contra a Rússia.
A clara vitória russa é a razão que leva o setor da burguesia que apoia o Trump a trabalhar pelo fim do conflito. Os enormes gastos empreendidos pelo imperialismo não surtiram o efeito desejado e, para poder reverter a situação, será preciso que aumente ainda mais a destinação de recursos para o conflito, o que Trump considera inviável em sua política de corte de gastos. No entanto, o imperialismo europeu continua com a sua política a favor da guerra na contramão do governo norte-americano. Diante do embate entre esses dois setores do imperialismo, a União Europeia anunciou, na semana passada, o plano com o objetivo de “rearmar a Europa” que pretende levantar 800 bilhões de euros (equivalente a R$5 trilhões) para a atuação militar do grupo, uma clara ofensiva que vai atingir diretamente a Rússia.
No campo de batalha, o conflito caminha para um momento decisivo em que as tropas russas possuem ambições de avançar para Sudzha. Seria um avanço da Rússia que nunca demonstrou o interesse de passar da região Kursk, que foi tomada com relativa facilidade, demonstrando fragilidade do lado ucraniano. Se trata de um momento decisivo, pois a Rússia já atingiu o limite que pretendia desde o começo da guerra, mas se caso continuar as hostilidades, eles não terão escolha a não ser a de buscar a derrota total do regime nazista da Ucrânia.