O Brasil celebra as três indicações ao Oscar 2025 do filme “Ainda Estou Aqui”, produção original da Globoplay que narra a história da advogada Eunice Paiva. A ativista que inspirou o longa que foi nomeado nas categorias Melhor Filme, Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz teve algumas cartas reveladas pelos filhos, Marcelo Rubens Paiva e Ana Lúcia Paiva, em entrevista ao Fantástico.
O filme é baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, que escreveu sobre a trajetória de sua mãe. Ela enfrentou momentos dramáticos após a prisão e desaparecimento do marido, Rubens Paiva, levado por agentes da ditadura militar em 1971. A família só obteve uma certidão de óbito 25 anos depois, sem menção à causa da morte.
Recentemente, o Estado brasileiro corrigiu oficialmente a certidão, reconhecendo que a morte de Rubens foi resultado de violência política durante o regime militar. Esse gesto é visto pela família como uma reparação tardia, mas significativa.
A jornalista Renata Ceribelli entrevistou Marcelo e sua irmã, Ana Lúcia, que compartilharam memórias de Eunice e revelaram documentos inéditos. Entre os materiais estão cartas que Eunice trocou com amigas de famílias exiladas na época da ditadura, recentemente descobertas pela família.
O #Fantástico conversou com Marcelo e Ana Lúcia sobre os bastidores e muito mais por trás do filme "Ainda Estou Aqui" 👀 Vem acompanhar comigo! pic.twitter.com/EftSLaar8A
— TV Globo 📺 (@tvglobo) January 27, 2025
Marcelo comentou sobre o impacto do filme e da correção da certidão de óbito: “Essa correção tem um duplo sentido para mim e acho que para família também. Ela é justa, é um gesto patriótico. Precisou do filme para o Estado brasileiro, para a sociedade brasileira, depois de 53 anos reconhecer? É uma coisa contraditória para a gente”.
O livro “Ainda Estou Aqui”, lançado em 2015, é uma obra autobiográfica que também aborda o início do Alzheimer de Eunice, que a impediu de contar sua própria história. Após ler o livro, o diretor Walter Salles propôs a adaptação para o cinema, dando vida a essa narrativa que mistura dor, resiliência e memória.
Além das histórias do livro, a família revelou cartas escritas por Eunice para amigas no exterior durante o período mais difícil de sua vida. Essas correspondências oferecem um olhar íntimo sobre a força de Eunice e os desafios enfrentados por famílias de desaparecidos políticos no Brasil.
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