A Fifa anunciou nesta sexta-feira, 6, que o Mundial de Clubes, que será realizado entre os dias 14 de junho e 13 de julho nos Estados Unidos, servirá como plataforma de testes para novas tecnologias de arbitragem, incluindo o uso de câmeras corporais por juízes e a exibição simultânea das imagens do VAR nos telões dos estádios.

As gravações feitas pelas câmeras presas aos árbitros poderão ser utilizadas durante a transmissão das partidas. A empresa DAZN, detentora dos direitos exclusivos de exibição do torneio, poderá incluir essas imagens em sua cobertura ao vivo, segundo a entidade máxima do futebol mundial.

A implementação das câmeras corporais foi aprovada em março pelo International Football Association Board (IFAB), órgão responsável pela regulamentação das regras do futebol. O uso do recurso será monitorado durante todo o torneio, com o objetivo de avaliar sua viabilidade em competições futuras.

De acordo com a Fifa, “um dos principais objetivos deste teste é comprovar se este novo ângulo de câmera, que mostra a perspectiva do julgado, melhora a experiência do espectador”. A entidade informou ainda que, ao término do torneio, os resultados obtidos serão utilizados para definir diretrizes técnicas e operacionais sobre a adoção das câmeras em larga escala.

No caso da arbitragem assistida por vídeo, o VAR, a novidade é a transmissão ao vivo das imagens utilizadas pelos árbitros no momento das revisões.

Pela primeira vez, o público presente nos estádios acompanhará em tempo real os mesmos registros analisados pela equipe de arbitragem. A medida, segundo comunicado da Fifa, tem como objetivo “aumentar a transparência e permitir que os torcedores entendam melhor as decisões da arbitragem”.

Além das inovações visuais, a entidade também confirmou que será utilizado um novo modelo de detecção semiautomática de impedimentos. O sistema aprimorado contará com o apoio de múltiplas câmeras e sensores instalados dentro da bola, combinados ao uso de inteligência artificial para processar as informações. A promessa é de maior agilidade na marcação de impedimentos, diminuindo o tempo necessário para a revisão de lances duvidosos.

O torneio deste ano marca a primeira edição do Mundial de Clubes com 32 equipes. A competição será disputada em 12 estádios localizados em diferentes estados norte-americanos. A decisão da Fifa de ampliar o número de participantes segue uma tendência semelhante à adotada na Copa do Mundo de seleções, cuja versão de 2026 também será realizada nos Estados Unidos, em conjunto com México e Canadá.

Com a ampliação, o Mundial passa a adotar um modelo semelhante ao da Copa do Mundo tradicional, com fase de grupos e confrontos eliminatórios. A expectativa é que a nova formatação aumente o número de jogos e a duração do evento, criando uma plataforma de maior visibilidade para testes tecnológicos em larga escala.

A Fifa informou ainda que o uso das câmeras corporais será restrito aos árbitros centrais, e que as gravações não serão utilizadas para decisões técnicas durante o jogo. O objetivo exclusivo, segundo o comunicado, é registrar a perspectiva dos árbitros para fins de transmissão e posterior análise institucional.

As imagens registradas não terão impacto direto nas decisões das partidas nem substituirão os recursos já existentes, como o VAR e os sistemas de impedimento automatizado. A proposta da entidade é avaliar o valor narrativo e técnico da nova perspectiva para públicos diversos, especialmente em transmissões digitais e plataformas de streaming.

A DAZN, responsável pela exibição do torneio, poderá integrar os registros das câmeras ao conteúdo de suas transmissões, tanto ao vivo quanto sob demanda. Ainda não há definição se todas as partidas contarão com esse recurso ou se a utilização será limitada a jogos específicos.

A introdução de novas tecnologias de arbitragem é um dos principais temas de debate entre entidades esportivas. Parte das iniciativas visa responder a críticas sobre a transparência e clareza das decisões tomadas em campo. A Fifa tem defendido a ampliação do uso de recursos tecnológicos como forma de padronizar e acelerar os processos de arbitragem, em especial em competições com alto alcance internacional.

Durante o anúncio oficial, a Fifa reforçou que “a Copa do Mundo de Clubes da Fifa traz uma série de medidas inovadoras que a tornarão ainda mais emocionante e envolvente para os torcedores, ao mesmo tempo em que agilizarão as operações e promoverão a transparência”.

O uso de sensores e inteligência artificial no novo sistema de impedimento faz parte de uma linha de evolução já testada em edições recentes da Copa do Mundo de seleções. A combinação entre câmeras de alta resolução e sensores de movimento integrados à bola permite que os algoritmos determinem, em tempo real, a posição exata dos jogadores em campo, com alertas automáticos para a equipe de arbitragem.

O Mundial de Clubes de 2025 reunirá equipes de diferentes confederações em um formato ampliado. Os Estados Unidos sediarão a competição em um período que também funcionará como preparação para a Copa de 2026. A escolha do país como palco da nova edição foi justificada pela estrutura logística, experiência anterior e alto potencial de audiência.

A Fifa não informou se outras plataformas de transmissão terão acesso às imagens geradas pelas câmeras corporais. O resultado da experiência servirá como base para eventuais expansões da tecnologia em outras competições organizadas pela entidade.

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Last Update: 07/06/2025