Para todos os ângulos que se olha, a situação na Faixa de Gaza é um banho de sangue com requintes de crueldade, em que a fome extrema vem sendo usada como arma de extermínio. Essa situação dramática também atinge os jornalistas da região, conforme denunciou a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ). “Israel: Pare de matar jornalistas de Gaza de fome para silenciar a verdade”, diz nota emitida pela entidade nesta terça-feira (22).
A FIJ enfatizou que o governo israelense “está usando deliberadamente a fome como arma contra a população de Gaza, incluindo jornalistas e profissionais da mídia, que são os únicos a testemunhar as atrocidades em meio à proibição israelense à imprensa estrangeira”.
Por isso, a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) “exige que governos em todo o mundo, a Assembleia Geral das Nações Unidas e a comunidade internacional tomem medidas urgentes para pôr fim às violações de direitos humanos cometidas por Israel em Gaza, incluindo as restrições à ajuda humanitária e o risco de vida a que jornalistas estão expostos”.
Leia também: Massacre da fome: israelenses matam palestinos em busca de comida em Gaza
Além disso, a FIJ reiterou seu apelo ao governo israelense “para que permita o acesso de jornalistas estrangeiros ao enclave e pare de infringir o direito do público à informação”.
A entidade diz, ainda, que “a proibição imposta pelo governo israelense à imprensa estrangeira, alegando ‘questões de segurança’, não só impede os jornalistas de fazerem seu trabalho, como também priva o público de seu direito à liberdade de expressão, que inclui o direito de receber e transmitir informações sem interferência de autoridades públicas e independentemente de fronteiras”.
Na avaliação do secretário-geral da FIJ, Anthony Bellanger, “é imperativo que o governo israelense pare de usar a fome como arma contra o povo de Gaza. Repórteres locais são os únicos que testemunham as atrocidades de Israel, e matá-los de fome significa silenciar a verdade, o que é considerado um crime de guerra pelo Tribunal Penal Internacional”.
Em nome da entidade, ele salientou a necessidade urgente de os governos em todo o mundo, a Assembleia Geral das Nações Unidas e a comunidade internacional “intervirem para deter esta catástrofe” e a pressionarem o governo israelense “a permitir a entrada de jornalistas estrangeiros em Gaza e a facilitar a evacuação de jornalistas locais em necessidade.”
De acordo com a FIJ, desde que os ataques de Israel a Gaza tiveram início, mais de 170 jornalistas e profissionais de mídia palestinos foram mortos na região.