A comissão Nacional da Federação Brasil da Esperança homologou na quarta-feira 24 os candidatos escolhidos pelo PT para disputar as prefeituras de Aracaju (SE) e João Pessoa (PB).

A decisão impõe um revés a lideranças do PCdoB e do PV, partidos que também integram a federação e defendiam outros nomes para as disputas.

Dirigentes partidários incomodados com a deliberação afirmam, nos bastidores, que não devem participar das campanhas petistas. Fala-se também na possibilidade de conceder uma espécie de salvo-conduto aos filiados que desejam endossar outros nomes.

As discussões sobre as candidaturas de Candisse Carvalho, na capital sergipana, e Luciano Cartaxo, na capital paraíbana, expuseram fraturas na federação, conforme mostrou CartaCapital.

PCdoB e PV questionavam a viabilidade eleitoral desses nomes e acionaram a comissão nacional para arbitrar as divergências.

Em ambos os casos, as legendas trabalhavam para ampliar o campo de alianças com partidos que integram a base de apoio do governo Lula (PT), a exemplo do PP e do PDT.

A reunião da Federação Brasil da Esperança aconteceu de forma remota. O encontro seria realizado na terça-feira, mas foi adiado por falta de consenso, segundo relatos feitos à reportagem.

Instituídas em 2022, as federações partidárias permitem que partidos se unam na disputa por qualquer cargo, desde que permaneçam assim por todo o mandato conquistado. Esse mecanismo vale para eleições majoritárias e proporcionais.

A principal diferença entre esse modelo e as coligações (extintas para as eleições de deputados e vereadores em 2017) é o seu caráter permanente. Nas coligações, as alianças valem apenas até a eleição e podem ser desfeitas logo em seguida.

Atualmente, existem outras duas federações no Brasil: PSDB-Cidadania e PSOL-Rede. Diversas legendas têm discutido uma união do tipo após as eleições municipais, de olho na corrida à Presidência da República em 2026.

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Última Atualização: 24/07/2024