No último sábado (17), a Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol (IFFHS) divulgou um ranking que elegeu o argentino Lionel Messi como o melhor jogador da história, colocando Pelé em segundo lugar e Diego Maradona em terceiro. A lista, que inclui Cristiano Ronaldo (4º), Johan Cruyff (5º), Ronaldo Fenômeno (6º), Zinédine Zidane (7º), Franz Beckenbauer (8º), Alfredo Di Stéfano (9º) e Ronaldinho Gaúcho (10º), foi duramente criticada por desvalorizar o futebol-arte brasileiro, omitindo craques como Garrincha, Neymar, Rivaldo, Romário, Bebeto, Rivelino, Ademir da Guia, Jairzinho, Leônidas da Silva, Djalma Santos, Falcão, Sócrates e Nilton Santos.
A ausência de Garrincha, considerado o segundo maior jogador de todos os tempos, e de Neymar, o melhor do mundo há mais de uma década, evidencia o caráter propagandístico do ranking, que favorece jogadores de mercados europeus e argentinos em detrimento da genialidade brasileira. Craques como Rivaldo, campeão mundial em 2002, e Romário, artilheiro da Copa de 1994, foram ignorados, assim como ícones históricos como Leônidas da Silva, inventor da bicicleta, e Ademir da Guia, o Divino. A exclusão de Reinaldo (maior centro-avante da história do Galo), Falcão e Sócrates para dar lugar a Cristiano Rolando, Franz Beckenbauer e Johan Cruyff (entre outros absurdos) deixa claro que a lista nada mais é do que um ataque ao futebol-arte, que marcou a história do esporte operário com dribles, criatividade e alegria.
Sediada na Suíça, a IFFHS é conhecida por rankings controversos, influenciados pelos mais diversos interesses, menos o do futebol. A escolha de Messi acima do Rei Pelé, tricampeão mundial e símbolo do futebol brasileiro, é uma tentativa grotesca de reescrever a história do esporte, minimizando a contribuição do Brasil, que domina a modalidade com cinco Copas do Mundo.
O Brasil produziu uma constelação de gênios, de Pelé a Garrincha, de Neymar a Ronaldinho. Um ranking dos 10 melhores jogadores que não inclua 10 brasileiros é, por definição, uma farsa.