Da Página do MST
O curso técnico em Agroecologia da Escola 25 de Maio corre o risco de ser fechado por falta de contratação de trabalhadores. A escola, localizada em Fraiburgo/SC, situada em área de reforma agrária no assentamento Vitória da Conquista, ao longo de sua história tem atendido estudantes de várias regiões de Santa Catarina e até mesmo de outros estados. Neste sentido, quando o governo do Estado de Santa Catarina não contrata os trabalhadores responsáveis pelos alojamentos no período noturno, nega aos estudantes o direito de permanecer na escola. E sem estudantes não há escola; logo, é um passo indireto para o fechamento da escola.
Cabe ressaltar que a Escola 25 de Maio é pioneira no ensino público em agroecologia. Seu formato de Pedagogia da Alternância, que permite que os estudantes desenvolvam seus conhecimentos no tempo escola e no tempo comunidade, é reconhecido pelo Estado de Santa Catarina e é amparado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB 9394/96 e demais legislações referentes às especificidades da Educação do Campo.
Esta escola já recebeu prêmios e reconhecimento nacional e internacional. Como, por exemplo, o reconhecimento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) por excelência científica com ética animal e produção agroecológica; e o reconhecimento da UNESCO como referência mundial por seu projeto agroecológico, simbolizado no Mosaico Terra é Vida.
Ao longo de seus 35 anos, a Escola 25 de Maio é campo de formação de filhos e filhas de famílias agricultoras catarinenses e tem auxiliado na promoção da agroecologia junto a essas famílias e seu entorno. A escola é dinamizadora da região, visto que desenvolveu inúmeras parcerias com: a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); a Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), o Instituto Federal Catarinense (IFC), Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri); a Cooperativa de Trabalho e Extensão Rural Terra Viva (Cooptrasc), a Cooperativa dos Assentados da Região do Contestado (Coopercontestado), as Cooperativas de Crédito Rural Solidário (Cresol), Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (ALESC), o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Grupo Renascença Cabocla, entre outros.
Para a continuidade da escola, a contratação de trabalhadores para o período noturno é urgente, visto que, sem um responsável maior de idade, os estudantes não podem permanecer na escola. Os estudantes que permanecem no alojamento são os que moram longe e, por isso, não podem ir e voltar todos os dias. Estudantes, pais, famílias, comunidade escolar e apoiadores têm se mobilizado em defesa do direito à educação do campo.
Respeitar a trajetória desta escola e seu projeto político pedagógico é um dever ético e um dever legal. É uma forma de defender o desenvolvimento da agroecologia e da produção de alimentos saudáveis em nosso país. O apoio à escola pode ser manifestado via assinatura da “Carta de apoio à Escola de Educação Básica 25 de Maio”, pelo link: https://peticaopublica.com.br/pview.aspx?pi=BR148526.
*Editado por Fernanda Alcântara
