A Polícia Federal dos Estados Unidos, o FBI, deflagrou na manhã desta sexta-feira (22) uma operação de busca na casa de John Bolton, ex-conselheiro de Segurança Nacional durante o primeiro mandato de Donald Trump. Agentes cumpriram mandado na residência dele, em Bethesda (Maryland), e em seu escritório em Washington.

A corporação descreveu a ação como “atividade autorizada por tribunal”, sem risco à segurança pública, e não deu mais detalhes. Fontes ligam a medida a uma investigação sobre a forma como Bolton teria lidado e divulgado informações sigilosas.
Pouco após a operação vir a público, o diretor do FBI, Kash Patel, publicou no X: “NINGUÉM está acima da lei… Os agentes do FBI estão em uma missão”. A mensagem foi interpretada como referência direta ao caso, embora a agência mantenha silêncio oficial.
Por que Bolton está no alvo
A investigação retoma suspeitas antigas de que Bolton teria divulgado material sensível em seu livro “The Room Where It Happened” (2020), no qual criticava duramente Donald Trump, agora novamente no comando da Presidência.
A disputa judicial aberta no fim do primeiro mandato de Trump foi encerrada pelo Departamento de Justiça em 2021, mas a apuração sobre documentos classificados teria sido retomada.
Bolton, ex-embaixador dos EUA na Organização das Nações Unidas (ONU) e conselheiro de Segurança Nacional de 2018 a 2019, inicialmente integrou o governo Trump, mas logo se tornou um crítico contumaz do presidente, atribuindo-lhe má condução da política externa.
Nos últimos dias, voltou a criticar iniciativas de Trump relacionadas à guerra da Rússia na Ucrânia, sendo alvo de respostas agressivas do presidente.
O contexto político
A operação intensifica a tensão entre o governo Trump e antigos aliados que se tornaram opositores. Trump afirmou não ter sido informado previamente sobre a busca, enquanto aliados celebraram as publicações de Patel e defenderam uma “tolerância zero” com vazamentos.
Até o momento, Bolton não foi formalmente acusado. A investigação deve esclarecer se houve retenção indevida ou divulgação de documentos classificados e se novas medidas judiciais serão solicitadas. A defesa do ex-conselheiro afirma buscar entender os motivos da ação.