O médico Samir Xaud, 41 anos, atualmente considerado o principal candidato à presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), responde a um processo por improbidade administrativa e foi suspenso por dois anos como perito médico do Tribunal de Justiça de Roraima. A eleição para o comando da CBF está marcada para 25 de maio, em meio a críticas sobre seu passado na gestão pública de Roraima.
Segundo denúncia do Ministério Público de Roraima, Xaud integrava um esquema de falsificação de documentos entre 2017 e 2020, quando dirigia o Hospital Geral de Roraima (HGR). Ele e outros seis gestores teriam “simulado serviços médicos para justificar pagamentos à empresa Coopebras, causando um prejuízo de R$ 1,4 milhão aos cofres públicos”. Na acusação, o promotor Igor Costa afirma: “O expediente fraudulento permitiu pagamentos indevidos em favor da Coopebras.”
Em nota ao Estadão, a defesa de Xaud sustenta que “o processo em questão não apresenta qualquer indício de irregularidade” por parte do médico, e que não há impedimento legal para que ele exerça cargos em entidades associativas, como a CBF. Até o momento, o candidato mantém o apoio de 22 federações estaduais.
Além da ação por improbidade, Xaud foi excluído do cadastro de peritos do TJ de Roraima em 2018, após um laudo em que examinou erroneamente o braço em vez da perna de um motociclista. O erro não foi corrigido, atrasou o processo em quase um ano e resultou em sua suspensão por dois anos.
Presidente da Federação de Futebol de Roraima e filho do ex-dirigente Zeca Xaud, que comandou a entidade estadual por quatro décadas, Samir Xaud chega à eleição da CBF sob intervenção de Fernando Sarney. A entidade ainda não se manifestou sobre os casos judiciais envolvendo seu principal postulante.
Caso seja eleito, a nova gestão terá de lidar com o legado da intervenção, a reconstrução de credibilidade da CBF e a promessa de organizar as contas da entidade, enquanto o processo contra Xaud segue em tramitação e poderia trazer desdobramentos após sua eventual posse.
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