A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), falando em microfones, séria, de roupa estampada
A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT) – Reprodução

A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), concedeu uma entrevista ao jornal O Globo e afirmou que o apoio do Nordeste à reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026 não está garantido. Para a petista, a disputa presidencial vai ser dura diante do crescimento da direita e o Partido dos Trabalhadores não pode baixar a guarda.

Fátima destacou que, tanto Lula quanto seus ministros, precisam se fazer mais presentes na região nos próximos dois anos para que o resultado de 2022 possa ser repetido nas urnas. Para a governadora do RN, no entanto, a pesquisa Quaest que foi divulgada na segunda-feira (27) é “uma fotografia em um dia nublado” por conta do desgaste do governo diante da inflação de alimentos e a crise do Pix:

O que pode explicar a queda da aprovação do governo Lula no NE apontada pela pesquisa Quaest?

A pesquisa foi realizada em um momento de desgaste do governo federal, seja pela inflação dos alimentos, seja por causa da má-fé da oposição ao se aproveitar de uma medida corriqueira da Receita Federal. E não foi algo específico do Nordeste. É uma fotografia em um dia nublado. Tenho certeza que o sol voltará a brilhar em pouquíssimo tempo. E vale lembrar que aqui no Nordeste, o imenso capital político do presidente Lula ainda lhe garante quase 60% de aprovação, por tudo o que já foi feito e por tudo o que está sendo feito.

O Nordeste ainda é a região que Lula tem melhor avaliação, mas a situação já foi mais confortável. O apoio do Nordeste a Lula em 2026 está garantido?

De jeito nenhum, muito pelo contrário. Tem que intensificar a presença do Nordeste este ano e cada vez mais. A coisa boa é que agora o presidente Lula vai poder voltar a viajar pelo Brasil. Ele está ansioso para isso. É o tempo da colheita, de entregar essas obras. Não podemos baixar a guarda. O governo tem que se fazer mais presente exatamente aqui no nordeste. Não só Lula, mas também os ministros. A gente tem que ter muita atenção para os investimentos previstos para corresponder às expectativas da população.

Intensificar a presença de que forma?

Temos aqui uma pauta fundamental que é de infraestrutura e segurança hídrica. Por exemplo, até o início do primeiro semestre do ano que vem, o presidente Lula concluirá 100% do projeto de transposição das águas do São Francisco, não só do Rio Grande do Norte, como em Pernambuco, Ceará, Paraíba. Estou sugerindo que ele venha dia 19 de março entregar a barragem de Oiticica, uma obra do PAC que é o segundo maior reservatório hídrico do Estado, beneficiando a região do Seridó.

Começou com Dilma e Lula agora volta e vai concluir. Mandei um vídeo da obra para ele no dia 31 de dezembro. Ele me ligou em seguida. Disse que já estava bem de saúde, doido para viajar e me perguntando quando poderíamos inaugurar a barragem. E essa não é a única obra importante da transposição do São Francisco. O presidente tem mais é que viajar mesmo.

Vir muito ao Nordeste, prestar contas do que fez, faz e ainda fará. Eu disse ao presidente que ele deve estar mais presente no Nordeste. E agora é a hora para isso. Os ministros também. É um momento de virada de chave, de iniciar a colheita. E, em breve, a popularidade do presidente e do governo do PT estarão novamente nos níveis esperados. […]

Lula e Fátima Bezerra posando para foto lado a lado sorrindo
O presidente Lula e a governadora do Rio Grande do Norte Fátima Bezerra – Reprodução

Mas esse episódio do Pix mostrou que a oposição vai investir em coisas do dia a dia, especialmente o que pega no bolso das pessoas. O discurso de defesa da democracia vai funcionar?

Claro que o mundo está bem complexo, o avanço da extrema-direita é fato, infelizmente. O que a gente viu agora no episódio do Pix foi uma coisa inaceitável, porque o governo nunca teve intenção (de taxar o Pix). O uso que tem sido feito hoje das redes sociais com foco sobretudo em desinformar é um negócio assustador porque é feito numa velocidade tão grande que, quando a verdade aparece, ela se dilui. Agora, não basta só a gente constatar isso.

A gente tem que ter horizonte. O governo e os partidos do centro democrático não podem abrir mão do debate e de trazer à sociedade a necessidade de moderação desse conteúdo, de se fazer a regulação. Temos que vencer a resistência no âmbito do Congresso e ter uma correlação de forças que nos permita avançar, porque a eleição não será fácil.

A extrema-direita ganhou terreno, inclusive na América Latina. Sabemos perfeitamente disso. Agora, sabemos também que a figura do Lula é muito forte. O campo da direita no Brasil está dividido até em função da inelegibilidade do presidente anterior, que deve se manter. No campo progressista, o presidente Lula é unanimidade. É evidente que o presidente Lula tem consciência que, mais do que nunca, é necessária uma frente ampla”.

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Last Update: 28/01/2025