
Apesar dos riscos econômicos do tarifaço de 50% imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o Brasil, setores estratégicos da Faria Lima enxergam um efeito colateral positivo: o enfraquecimento político de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), conforme informações da colunista Malu Gaspar, do Globo.
“Pelo menos o Eduardo Bolsonaro está fora da disputa de 2026”, afirmou um nome influente do mercado financeiro — avaliação repetida por gestores e banqueiros alinhados à possível candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Para esses agentes, o isolamento de Eduardo, autoexilado nos EUA desde março e alvo de investigação no Supremo Tribunal Federal (STF), abre caminho para o governador de São Paulo se consolidar como o principal nome da direita na corrida presidencial.
A percepção é que, mesmo que volte ao país, o “bananinha” dificilmente escapará de uma eventual inelegibilidade. O distanciamento de Eduardo da cena política foi comemorado discretamente no centro financeiro, antes mesmo da operação da Polícia Federal (PF) contra Jair Bolsonaro (PL), autorizada na sexta-feira (18) pelo ministro Alexandre de Moraes.
Entre as medidas cautelares impostas ao ex-presidente está a proibição de contato com o próprio filho. A avaliação de parte do mercado é que o impacto político das sanções dos EUA, somado ao racha na direita, prejudica a capacidade de Bolsonaro de sustentar um herdeiro político em 2026 — especialmente alguém da própria família.

O cenário, segundo essa visão, também dificulta a presença de Eduardo em uma eventual chapa com outros nomes da direita.
Tarcísio, que inicialmente elogiou o tarifaço de Trump e gerou desconforto entre empresários e o agronegócio, recuou e passou a defender negociações com Washington para barrar ou adiar a medida.
Enquanto aliados de Eduardo ainda apostam na pressão econômica como estratégia para forçar uma anistia a Bolsonaro, outra ala teme que os efeitos negativos fortaleçam a reeleição do presidente Lula (PT). Para o mercado, o enfraquecimento do clã Bolsonaro pode redesenhar a disputa presidencial — e a Faria Lima já começa a ajustar suas apostas.
