O desembargador aposentado e advogado bolsonarista Sebastião Coelho anunciou nesta sexta-feira 23 sua filiação ao partido Novo e sua pré-candidatura ao Senado pelo Distrito Federal em 2026. Coelho se tornou figura conhecida nas redes sociais e no dia a dia de Brasília especialmente pelos ataques ao Supremo Tribunal Federal.

Ao confirmar a aposentadoria da magistratura, em 2022, afirmou que deixava o cargo devido a um discurso do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que à época assumiria a presidência do Tribunal Superior Eleitoral.

“Esperava, sinceramente, que o eminente ministro aproveitasse a presença dos principais candidatos, dos ex-presidentes da República e do presidente da República para fazer uma conclamação de paz para a nação. Mas ao contrário, o que eu vi, ao meu sentir, o eminente ministro Alexandre de Moraes fez uma declaração de guerra ao País”, disse na ocasião.

Desde então, passou a se dedicar à advocacia, sempre de maneira estridente. Em 2023, quando atuava na defesa de Aécio Lúcio Costa Pereira, detido no prédio do Senado nos ataques de 8 de Janeiro, declarou, perante os ministros do Supremo, que eles são “as pessoas mais odiadas neste País”. Foi a primeira vez que esteve frente a frente com Moraes desde a aposentadoria.

Em 2024, foi alvo de um processo no Conselho Nacional de Justiça por causa dos ataques ao Supremo e por ter pedido a prisão de Moraes. O processo ainda não foi concluído.

Já neste ano, o advogado chegou a ser detido (e logo depois liberado) por tentar tumultuar a sessão em que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e os outros sete integrantes do chamado “núcleo 1” da tentativa de golpe se tornaram réus.

Na ocasião, Coelho tentou entrar na sala onde acontecia o julgamento, sem ter se credenciado para participar. Ele era advogado de Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro que não era julgado naquele dia.

Ao ser impedido de entrar, o desembargador aposentado passou a gritar ofensas como “sanguinários”, dirigidas aos ministros da Primeira Turma do STF. Detido em flagrante por desacato, foi liberado pouco depois. O episódio foi registrado em boletim de ocorrência.

Quando chegou a vez de Martins ser julgado, porém, Sebastião Coelho decidiu deixar a equipe de defesa, alegando motivos “de ordem pessoal”, sem deixar claro que razões seriam essas.

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Last Update: 23/05/2025