A confiança do consumidor brasileiro registrou um aumento significativo em junho, alcançando seu maior nível desde julho de 2023. Essa recuperação é impulsionada, principalmente, pelo otimismo entre as famílias de baixa renda. Segundo levantamento divulgado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), em junho o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) subiu 1,9 ponto, chegando a 91,1 pontos.
Esse otimismo tem se refletido diretamente nas prateleiras dos supermercados. Itens que haviam desaparecido dos carrinhos de compras, como guloseimas e produtos não essenciais, estão de volta aos lares. O fenômeno é um indicador de que há mais dinheiro circulando entre os menos favorecidos, permitindo pequenos luxos antes fora de alcance.
De acordo com a FGV Ibre, as maiores altas se deram entre consumidores com renda até R$ 2.100 mensais, com um crescimento de 4,2 pontos; e entre a faixa dos que ganham entre R$ 2.100,01 e R$ 4.800,00, o aumento foi de 4 pontos.
Otimismo recuperado
“Esse resultado foi impulsionado, principalmente, pelas faixas de renda mais baixas”, afirmou Anna Carolina Gouveia, economista da FGV Ibre. “A meu ver, é que a confiança do consumidor vem melhorando muito influenciada pelo mercado de trabalho, que continua bom, e também tivemos recente queda de nível de inadimplência e de endividamento”.
O movimento de alta já vinha ocorrendo nos meses de março e abril, mas foi afetado pelas enchentes no sul do Brasil, em maio. “No mês passado, tivemos impacto muito forte na confiança do consumidor devido à crise no Rio Grande do Sul”, explicou. A boa notícia é que a pesquisa aponta uma melhora não apenas da percepção sobre a situação atual, mas também das expectativas para os próximos meses.
É importante ressaltar o papel central do mercado de trabalho nessa recuperação. O crescimento do emprego e o controle da inflação, frutos das políticas inclusivas do governo, vêm contribuindo, mês a mês, para a ampliação da confiança do consumidor.
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Da Redação