Shopping Pátio Higienópolis, em São Paulo. Foto: Reprodução

Dois adolescentes negros denunciaram racismo no shopping Pátio Higienópolis, na região central de São Paulo, nesta quarta (16). As vítimas são uma menina de 12 anos e um amigo, que sofreram uma abordagem de um segurança no local.

Segundo a coluna de Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo, os dois estudam no colégio Equipe, vizinho ao shopping, e foram almoçar antes do início das aulas. As vítimas estavam acompanhadas de uma amiga branca, que foi questionada se eles estariam incomodando ou pedindo dinheiro.

Na manhã de ontem, os alunos participaram de uma aula extra sobre letramento racial e condutas antirracistas. Um professor também estava na praça de alimentação e interveio na situação, chamando os demais integrantes do colégio para registrar uma queixa formal no shopping.

Mãe da menina, Leni Pires de Mercês, afirmou que os dois “choraram muito”, mas levou a filha até o shopping para registrar uma reclamação. “Ela precisa saber que pode frequentar esses espaços”, apontou.

Luiz Henrique Cunha (18), irmão do outro adolescente, afirmou que condutas racistas do tipo são comuns no bairro. “É meio complicado. Nunca sofri um caso específico, mas sempre que eu ia almoçar ali no entorno, no shopping, eram sempre aqueles olhares”, diz ele, que estudou no mesmo colégio.

Colégio Equipe, em Higienópolis (SP). Foto: Reprodução

Em nota, o Pátio Higienópolis afirmou que “lamenta pelo ocorrido” e está em contato com a família. “O comportamento adotado não reflete os valores do shopping e o tema está sendo tratado com máxima seriedade”, afirmou a empresa.

Em 2022, um caso parecido ocorreu com o filho de Evie Santiago, líder da comissão antirracista de pais e alunos do colégio. O adolescente, então com 14 anos, foi seguido por um segurança dentro da loja Fast Shop e o pai conversou com a administração do local e registrou um boletim de ocorrência.

“Apesar disso tudo, é muito importante ver os alunos do Equipe se mobilizando e defendendo os colegas, como foi com meu filho e como aconteceu nesse episódio. Infelizmente, o shopping não se responsabiliza pelos atos dos funcionários e insiste em manter essa postura racista”, afirma.

A diretoria do colégio afirmou que tem oferecido acolhimento aos dois alunos e que representantes têm dado suporte às famílias e auxílio no registro do boletim de ocorrência.

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Last Update: 17/04/2025