Uma falha em um sistema da empresa norte-americana CrowdStrike, especializada em serviços de segurança digital, gerou um apagão cibernético global na última sexta-feira (19).

O bug afetou atividades em aeroportos, serviços de saúde públicos e privados, e empresas de vários segmentos. Voos foram suspensos nos Estados Unidos devido a problemas de comunicação relacionados ao problema de atualização e a recuperação deve levar semanas.

Para discutir o assunto do dia, o jornalista Luís Nassif conversou com Lucas Galvão, CEO da Open Cybersecurity, especialista em Cibersegurança, Governança Corporativa e Desenvolvimento e Lideranças, que defende que a tecnologia e a segurança de dados devem ser mais democráticas.

Galvão destaca que vivemos, ontem, o bug do milênio na prática e pudemos perceber como um simples incidente deixou o mundo em alerta após interromper, de forma crítica, sistemas em vários países.

O mesmo poderia acontecer com a internet, caso China e Rússia, por exemplo, quisessem privar adversários de informações.

“Esse é o nível de dominância que vemos. ‘Quero quebrar as relações comerciais, quero ser um pouco mais incisivo, eu vou lá e passo a tesoura’. Não é um processo tão simples, pode ser feito por meio de códigos, mas dependendo dos eventos, eles podem tornar as coisas mais enérgicas”, observa o entrevistado.

Impacto global

Mas por que tantas empresas e países foram afetados com a falha da CrowdStrike, empresa responsável pelo incidente? Galvão comenta que grande parte dos usuários optam pelo sistema Windows porque têm mais suporte. Falta no mercado analistas especializados em outros sistemas operacionais.

“Dentro desse processo, principalmente de empresas que têm caráter público, você vê uma dominância da Microsoft e do Windows porque são empacotados e colocados como solução número 1”, acrescenta o entrevistado.

Além de responder por grande parte do mercado, o sistema Windows e empresas parceiras também estão mais propensas a invasões, já que os códigos são envelopados e não podem ser acessados pelos usuários ou comunidades de programadores.

“Você vê a propaganda bonitinha, mas muitas vezes os seus dados estão sendo compartilhados, assim como as suas informações e privilégios da sua máquina. Você está dando permissão para que alguém acesse o seu álbum de fotos, o HD. Um app de edição de texto pode fazer isso? Pode. Ele pode ser uma porta de entrada para esses programas todos”, adverte o especialista em cybersegurança.

Como alternativa, Lucas Galvão recomenda o uso de softwares de código livre. O Libre Office desponta como um substituto para o Office e já adotado pelo Ministério Público Federal.

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Última Atualização: 20/07/2024