Faleceu na terça-feira (13), em Brasília, aos 77 anos, Athos Pereira da Silva, um dos fundadores do PT e militante histórico da esquerda brasileira. Foi servidor da Câmara dos Deputados e passou a ser lotado na Liderança do PT a partir de 1995. Na Liderança do PT foi chefe de gabinete por 13 anos e, depois, tornou-se assessor político.
Um dos primeiros funcionários da Liderança do PT e militante histórico do partido, é dele a autoria do livro “Líderes do PT na Câmara – trajetórias e lutas”. A obra contém um resumo biográfico dos parlamentares que exerceram a liderança desde 1980. O livro foi lançado em novembro de 2013 e reeditado, com atualização, em 2023.
O deputado José Guimarães (PT-CE), líder da Bancada em 2013, na introdução da primeira edição do livro assinalou o papel ativo de Athos na história recente do Brasil, “particularmente nas atividades da Liderança do PT na Câmara dos Deputados”, sendo, portanto, “qualificado para tratar desta história imediata, com equilíbrio e amplitude de visão”.
Athos nasceu em Porto Nacional (TO) em 20 de novembro de 1946. Ele integrou a ALN (Ação Libertadora Nacional) e participou ativamente do movimento contra a ditadura implantada no Brasil em 1964. Por esse motivo foi perseguido e exilou-se no Chile em 1972, onde assistiu de perto ao ataque perpetrado pelo general Augusto Pinochet contra o Palácio La Moneda, em 11 de setembro de 1973, golpe que matou o presidente eleito democraticamente Salvador Allende.
Asilado político
Junto com outros brasileiros, Athos Pereira buscou asilo na embaixada do México, na capital chilena. De lá, seguiu para a Cidade do México, onde ficou por quatro meses, até obter asilo na Bélgica. Com a Lei da Anistia, voltou ao Brasil em janeiro de 1980.
É um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores, tendo integrado a Executiva Nacional do PT. Foi presidente do Diretório Regional do Partido em Goiás no período 1987 a 1989, tendo antes exercido o cargo de tesoureiro e de secretário-geral. Foi candidato a senador Constituinte em 1986, pelo PT de Goiás. Leitor voraz, sobretudo de livros sobre História, Athos era um grande torcedor do Botafogo.
Athos começou a trabalhar na Câmara dos Deputados em 1983, como assessor de gabinete da deputada Irma Passoni (PT-SP). Depois, assessorou Paulo Delgado (PT-MG), Luiz Gushiken (PT-SP) e Jaques Wagner (PT-BA). Em 1987, tornou-se servidor efetivo da Casa.
Mérito Legislativo
Em novembro de 2018, por iniciativa da Bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara, por meio do seu então líder, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), Athos Pereira foi indicado para receber a Medalha Mérito Legislativo, maior honraria concedida pela Câmara dos Deputados a personalidades que prestaram relevantes serviços ao País e para o aperfeiçoamento do Parlamento brasileiro.
Ele deixou esposa, Thais Pires, três enteados (Júlia, Camila e Augusto), três filhos do primeiro casamento com Liliana Lemos (Pedro, Joaquim e Maria), mais quatro netos (Valentina, Rodrigo, João Vitor e Clarice).
Do PT Câmara