O escritor e dramaturgo Márcio Souza faleceu na madrugada desta segunda-feira (12), em Manaus, aos 78 anos. Souza enfrentava uma crise de diabetes, dor no peito e parada cardiorrespiratória e foi levado a um Serviço de Pronto Atendimento (SPA) na capital amazonense, onde não resistiu.
Nascido em Manaus em 1946, Márcio Souza foi uma figura central na literatura e nas artes brasileiras. Seu trabalho abrangeu diversos gêneros, incluindo romance, dramaturgia, ensaio e contos. Entre suas obras mais notáveis estão “A Sombra da Floresta”, “A Escrita do Céu”, “O Imperador do Acre” e “A Paixão de Ajuricaba”.
Sua produção literária é marcada pela exploração da história e da cultura da região amazônica, abordando temas como o processo de colonização do Norte do Brasil, a exploração do látex durante o ciclo da borracha, a questão indígena e as tensões entre modernidade e arcaísmo. Suas obras foram traduzidas para várias línguas e receberam reconhecimento internacional.
Formado em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo, Souza também atuou como crítico de cinema e escritor em diversos jornais e revistas, incluindo Senhor, Status, Folha de S. Paulo e A Crítica. Além de seu trabalho como romancista e dramaturgo, ele desempenhou papéis importantes na administração cultural, tendo sido diretor de planejamento da Fundação Cultural do Amazonas, diretor da Biblioteca Nacional e presidente da Funarte.
No campo acadêmico, Souza foi professor assistente na Universidade de Berkeley e escritor residente nas universidades de Stanford, Austin e Dartmouth. Também foi palestrante convidado por instituições prestigiadas como a Universidad de San Marcos, Sorbonne, Toulouse, Aix-en-Provence, Heidelberg, Coimbra, Universidade Livre de Berlim, Harvard e Santiago de Compostela.
No cenário cultural de Manaus, dirigiu o Teatro Experimental do Sesc (Tesc) e foi presidente do Conselho Municipal de Política Cultural. Além disso, era membro da Academia Amazonense de Letras. Sua contribuição ao mundo das artes e da literatura será lembrada e celebrada por muitos.